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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Coluna - 28 de dezembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 28 de dezembro de 2011:

ATENTO
Prefeito Silvio Félix já deu seu aviso, em entrevista publicada hoje nesta edição: basta uma ilegalidade na condução da CP que ele irá à Justiça.

PANORAMA 1
Quem esteve no dia da instauração da CP e do afastamento temporário de Félix e ontem na Câmara, conclui facilmente: se os trabalhos culminarem futuramente em votação para cassação, será difícil não satisfazer a vontade da plateia.

PANORAMA 2
É antevendo este cenário político desfavorável, com forte clamor popular, que Félix se concentra na análise jurídica da condução da CP.

CONTRARIEDADE
Félix está contrariado com o que chama de partidarização do escândalo. Quanto à manifestação de 17 partidos políticos na semana passada, ele se irrita com o fato de que muitos que agora se posicionam são pré-candidatos a prefeito.

INDICAÇÃO
Para quem não leu, sugiro a leitura de "STF, Limeira e o funcionamento da democracia", publicado no dia 20 no blog "Para entender Direito", da Folha de S.Paulo. Acesse no http://migre.me/7jkeD

NO MOMENTO CERTO
Félix ligou para a coluna e disse que apresentará as declarações de Imposto de Renda (IR) da empresa Fênix Plantas entre 2008 e 2010, que cobrei na semana passada, "no momento oportuno".

PERIGO COMERCIAL
Entre janeiro e novembro deste ano, foram registrados 27 casos de roubo de carga em Limeira.

POR FIM
Como esta é a última coluna do ano, desejo a todos os leitores um excelente e produtivo 2012, quando espero reencontrá-los neste mesmo espaço. Até lá.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A soma de todas as datas

Artigo publicado na versão impressa da edição de 24 de dezembro de 2011:

Se eu fosse presidente, decretaria o fim da maioria dos feriados (por isso não seria eleito nem para síndico de prédio).

Especialmente os religiosos, haja vista que vivemos num Estado laico.

Ou há feriado nas celebrações de todas as religiões, cultos e crenças, ou não há em nenhuma.

A última opção é a mais chata e radical, porém é a mais razoável e justa.

Dos feriados históricos, vai lá o 7 de Setembro, o resto não há necessidade de paralisação geral.

Não será em um dia que reverteremos o modo como conhecemos a história do nosso país, mas com uma formação escolar mais eficiente e estimulante.

Também poria fim na institucionalização de algumas datas, como o Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia da Mulher, entre outras.

Induzem-nos a pensar que tem de haver um dia para que pensemos em algo ou em alguém.

Perguntarão-me: mas você não gosta de uma paralisação?

Sim, preferiria um método de, para cada tantos dias trabalhados, exista uma paralisação geral, mas essa discussão não cabe nem tem necessidade de ser detalhada aqui.

E o Natal e os dias que o antecedem? Acredito que é uma data e uma época diferente de todas.

Você pode dar diferentes significados a ela, dependendo, é claro, de como você a sente ou acredite.

Pode ser uma época para agradecer a Jesus, para orar, celebrar com a família, com os amigos, fazer um churrasco, uma boa ação, uma doação, servir a quem precisa, a uma causa; fazer algo diferente do que faz todos os dias, ligar para alguém que há muito não vê ou fala para, além de desejar um Feliz Natal, lembrar que não é necessário deixar passar tanto tempo para uma congratulação; dar um beijo em quem ama, um abraço afetuoso, um presente que irradie os olhos de uma criança.

Pode ser a data inicial para cumprir a promessa, ou a data final para agradecer por tê-la cumprido. Há outras centenas de significados que não cabem neste espaço.

Se analisar atentamente, o amigo leitor entenderá que o Natal resume o motivo pelo qual a institucionalização das datas não me apetece.

Você não precisa esperar o Natal para agradecer a Jesus, orar, celebrar com a família e amigos, fazer um churrasco, uma boa ação, doação, servir a quem precisa; fazer algo diferente, ligar para alguém que há muito não vê ou fala; dar um beijo em quem ama, um abraço afetuoso ou um presente que faça brilhar os olhos de uma criança.

Desejo a todos os leitores um Feliz Natal e que façam e sintam, nesta época, aquilo que possam reproduzir e viver em todos os dias do ano.

Fiquem tranquilos: o Natal continuaria feriado. Melhor ainda: não sou candidato a nada...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Coluna - 21 de dezembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 21 de dezembro de 2011:

IGUALANDO-SE
Ao citar realizações de seu governo na defesa prévia à CP, prefeito Silvio Félix adota a mesma postura politiqueira que tanto critica em seus adversários.

SUBESTIMAÇÃO
Outro ponto curioso: ao dizer que vereadores já estão influenciados pela mídia, Félix subestima a inteligência e a capacidade de discernimento dos integrantes da CP, inclusive de aliados.

HORA DE DISTINGUIR
Limeirenses precisam distinguir as situações. Ao analisarem se Félix deve ser afastado ou ficar, não devem se ater às suas realizações. Isso deve ser refletido em época de eleições. O que está em dúvida é o modo como sua família obteve tanto patrimônio em tão pouco tempo.

NO AGUARDO
No dia 25 de novembro, o prefeito me disse que a Fênix declarou Imposto de Renda entre 2008 e 2010. Aguardo documentos que provam isto. Ao mostrá-los, Félix desmente a Receita e desmonta a suspeita do MP.

LÁ E CÁ
Deve durar três dias a sessão que pode cassar o prefeito Demétrio Vilagra, em Campinas. Serão lidas 1.440 páginas de relatório. Limeira chegará nisso?

CICLO RETOMADO
Com a abertura ontem da Renner, Shopping Pátio Limeira retoma ciclo de inaugurações, que não vão parar no ano que vem. Crise política local, por ora, permanece longe da esfera econômica, o que é bom.

CIDADÃOS DE LIMEIRA
Projetos de Raul Nilsen Filho concedem títulos de Cidadão Limeirense para o comandante da PM na cidade, Tenente Coronel Félix Antônio Tomasella, e para a assistente social Vanderléia Aparecida Diogo Serrano, que atua no Ceprosom.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Daquilo que não se explica

Artigo publicado na versão impressa da edição de 12 de dezembro de 2011:

A tarde estava lúgubre, cinzenta, um dia feio de agosto.

Eu não tinha muito tempo para o passeio.

Molhado pelos respingos de uma torrente, saquei o aparelho do bolso e comecei a filmar.

E, num passe de mágica, em meio à brancura e à fúria das águas que se precipitavam ante meus olhos, surgiu, timidamente, cor por cor, um passadiço arco-íris.

Foi-se tão breve quanto apareceu, mas preencheu o encantamento de um cenário harmonioso da natureza.

Permaneci outros vinte minutos nas cataratas do Iguaçu, na expectativa de que o feixe de cores voltasse.

Mas não voltou, e eu não tinha mais tempo.

No primeiro dia de trabalho após o breve passeio, em meio à correria do dia a dia, toca meu telefone e, na linha, um pedido para uma conversa.

Quando chego à mesa, com seu costumeiro sorriso, ele já veio com a pergunta:

“E aí, Rafa, conheceu as cataratas?”.

Respondi-lhe, com as imagens voltando à minha mente, com uma pergunta, questionador nato que sou:

“Como é que aquilo se formou? Quem criou aquela maravilha?”.

Ele, que já tinha estado em Foz do Iguaçu, sorriu, pensou e disse:

“É.... como? Não dá para explicar, né?”.

Não, não dava, concluí.

Desde o momento em que nos damos conta da nossa existência e usamos aquilo que nos diferencia dos demais organismos vivos do planeta - a capacidade de pensar e ter consciência disso -, é natural que tentemos buscar explicações para o que está à nossa volta.

Fazer perguntas e procurar entender são ações intrínsecas à natureza humana.

Obter respostas não, apesar de conseguirmos explicações para tantas coisas.

Quando a ordem da vida (se é que ela tem ordem predeterminada) se inverte e um jovem carismático, do bem, como Lucas Piffer era, nos deixa de forma repentina, surge um ponto de interrogação gigantesco e uma, talvez, inútil tentativa, em nossa minúscula, imperfeita e sempre incompleta sabedoria, de compreender os sentidos da existência e os rumos que a estrada torta da vida nos impõe.

Consigamos ou não entender, é necessário prosseguir.

Tão incompreensível como buscar entender as razões pelas quais um arco-íris fugaz tinha de aparecer em meio às águas turbulentas nos poucos minutos que tive para apreciá-las; tão inexplicável quanto entender como um fenômeno da natureza, como as cataratas do Iguaçu, se formou.

Tão singular como, ao depararmos com a abrupta interrupção da existência de um ser humano querido, a vida se encarrega de relembrar, aos que ficam, que sua finitude e beleza, a serem descobertas nas pessoas com quem convivemos e nos pequenos gestos do dia a dia, são encantamentos a serem vividos intensamente, ainda que, em muitos momentos, ela própria, a vida, seja incompreendida.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Coluna - 7 de dezembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 7 de dezembro de 2011:

PARA A PAUTA
Após seis meses de espera em seu gabinete, ministra Cármen Lúcia já encaminhou para julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o mandado de segurança em que Constância Félix pede o recálculo dos votos que pode lhe dar uma vaga na Assembleia Legislativa. Decisão em breve.

DIFÍCIL
Apesar de ter pedido, em seu blog, para que a imprensa mostre todos os lados à população, está difícil encontrar Félix, após seu afastamento, e seus advogados, para que este lado seja ouvido.

SEM CLIMA
Félix aposta todas as suas fichas no TJ. Mas, se acaso for reconduzido ao cargo, não terá clima político para governar, seja diante da população, seja diante dos vereadores que o afastaram.

CASSADOS
Segundo o Estadão, pelo menos 36 prefeitos paulistas tiveram os mandatos cassados, por irregularidades, desde 2008. Limeira aumentará a lista?

ASSINATURA
Atos do Executivo publicados no Jornal Oficial desde que Orlando Zovico assumiu a Prefeitura não levam a assinatura dele. Quem está assinando são os secretários, na maioria dos casos.

A TODA HORA
Em poucas horas que estive no Pradão, no último domingo, foi possível ouvir constantemente a sirene de alguma ambulância do Samu, saindo ou voltando à base. É impressionante como o serviço tem prestado atendimentos na cidade.

SEM DESCUIDO
Apesar de o mapeamento da dengue feito pelo Ministério da Saúde ter apresentado índice satisfatório na cidade, limeirenses não podem descuidar. Projeto antidengue já passou na Câmara e o poder público prevê ações rigorosas para impedir a repetição, em 2012, do alto número de registros deste ano.

IRRITAÇÃO
Pesquisa sobre mídia irritou moradores da Vila Cláudia, na última semana. Além da falta de educação, pessoal reclamou da insistência na pergunta sobre rendimentos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Faca no pescoço

Artigo publicado na versão impressa da edição de 5 de dezembro de 2011:

Em 2007, após o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia contra os acusados do mensalão, o ministro Ricardo Lewandowski foi flagrado por uma repórter afirmando, ao telefone, que "todo mundo votou com a faca no pescoço".

O que se passou na segunda-feira passada, no momento em que foi à votação o afastamento do prefeito Silvio Félix, foi algo parecido. Se algum vereador tinha intenção de votar contra a medida, foi obrigado a passar vontade e atender à vontade da turba.

Os fatos ainda são recentes e Limeira estará sob impacto permanente, nos próximos meses, do que foi (e virá a ser) revelado pelo Ministério Público, mas a noite do dia 28 permite dizer que, apesar dos insultos vis e lamentáveis proferidos aos montes em direção aos vereadores da ala governista, pela primeira vez a Câmara Municipal, que deveria ser o reflexo das vontades do povo, tomou uma decisão que refletia exatamente a percepção da população quanto às suspeitas envolvendo a família Félix, sem que o jogo político e as conveniências prevalecessem para favorecer o governante de plantão.

O resultado surpreendeu, especialmente, porque os vereadores limeirenses fizeram, num prazo de quatro dias, o que os edis de Campinas demoraram três meses para fazer - e lá havia suspeita de desvio de dinheiro público desde o início das investigações, o que não ocorreu por aqui.

Os vereadores governistas foram obrigados, na última segunda-feira, a pagar por todo um histórico de leniência e proteção a Félix, comportamento que ignorou indícios evidentes de problemas - um exemplo clássico: os aliados de Félix, ao aprovarem e elogiarem a licitação da merenda na CPI, não viram o que promotores, procuradores, juízes e oito conselheiros do TCE viram.

Teriam olhos diferentes? Não! Conveniência política.

Soube que Félix confiava em seus aliados para que não fosse afastado, mas, indiretamente, ele mesmo botou "a faca no pescoço" de seus companheiros.

Ter maioria para comandar uma administração pública é, sem dúvida, positivo para a própria cidade, mas, durante sete anos, Félix e seus aliados tratoraram os debates, com projetos complexos enviados na calada da noite para análise, utilizando os regimes de urgência especiais, e apequenaram a Câmara na fundamental missão de fiscalizar o Executivo, delegando a função para o Ministério Público.

Como o próprio Félix previu, haverá uma intensa batalha jurídica pela frente e, como o próprio rumo das investigações aponta, muitos fatos ainda virão à tona.

Mas a instituição Câmara ganha uma chance para, agora, atuar de forma condizente com suas atribuições.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Imprevisível

Artigo publicado na versão impressa da edição de 28 de novembro de 2011:

O prefeito Silvio Félix gosta de administrar Limeira, e pensa em política dia e noite. Nunca escondeu isso.

Essa convicção arraigou-se em seu comportamento, e Félix mantém-se firme no que acredita (que faz até os mais descrentes sentir vontade de querer acreditar nele, mesmo quando evidências mostram o contrário).

Enfrentou ações graves na Justiça, sem perder força política. Merenda, nomeações irregulares, supostos funcionários fantasmas, dispensas de licitações irregulares, nada disso o derrubou.

Mas o personagem que adentrou a sala para a entrevista com os jornalistas na quinta-feira tinha razões para estar sem chão.

"A situação me abalou demais, porque atingiu a coisa mais preciosa, que é a família".

A família é o núcleo que determina, quase sempre, rumos, comportamento e a construção dos valores de um indivíduo.

Ninguém está preparado 100% ponto para enfrentar um drama envolvendo as pessoas mais íntimas. Mas todo mundo enfrenta, diante da inevitabilidade.

Félix assim o fará; seu perfil diz isso. Como?

Embora não seja investigado, o prefeito sabe que não há como dissociá-lo das duas principais empresas, a Félix e a Fênix Plantas.

O que está sob suspeita não é apenas a imagem da família, mas uma história empresarial que fez Félix se projetar nas esferas social e empresarial, base para que pudesse se dedicar, posteriormente, ao que gosta: a política.

Mais do que nunca, é a família, Constância e os filhos, que precisa hoje de Félix, para que expliquem o que foi levantado pelo MP.

Por mais que diga que a cidade não pode parar, a linha divisória entre as questões na esfera particular (objeto da investigação) e na esfera pública é tão tênue que Félix (sem maldade, friso) já usou por duas vezes um espaço público (Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito) para falar sobre assuntos particulares.

Félix tem condições para se antecipar ao que a Câmara pode iniciar hoje e licenciar-se do cargo temporariamente para ajudar a família, medida que amenizaria o pesado clima instalado na cidade.

Ao fazer isto, daria mais tranquilidade para que a Câmara exerça seu papel de fiscalização e faça um julgamento político (não processual) e auxiliaria até os vereadores que tanto lhe ajudaram nos últimos anos.

Se tudo for explicado e as suspeitas não se confirmarem, ele volta, sem prejuízo à cidade.

Se permanecer no cargo, porém, Félix, além de dar margem para que a radicalização dos discursos vire ridicularização, corre risco de permitir que a dolorida ferida particular, já exposta e passível de agravamento a cada fato novo divulgado, enfraqueça a governabilidade e sua administração caminhe rumo ao imprevisível.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Coluna - 23 de novembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 23 de novembro de 2011:

IGNORADA
Mapa das emendas, cujos dados foram publicados ontem, permite várias análises. Mas fato é que o Estado ignorou solenemente Limeira na liberação de recursos via emenda de deputados.

SEM FORÇA
Por outro lado, fica evidente que a cidade não tem força política alguma no Palácio dos Bandeirantes. E, sem deputado estadual eleito ano passado, a perspectiva é sombria até o final de 2014.

CURIOSIDADES
Governo do PSDB liberou mais dinheiro a deputados do PT (oposição) para beneficiar Limeira do que tucanos. E nenhum deputado do partido do prefeito (PDT) conseguiu ajuda à cidade via emendas.

PARA FINALIZAR
Em 2010, o Estado liberou emenda à deputada Beth Sahão (PT), para a Santa Casa de Votuporanga. Valor: R$ 1.060.000. Emenda duas vezes e meio superior ao valor repassado em quase cinco anos para Limeira. Votuporanga tem 84 mil habitantes, e ganhou R$ 6,5 milhões. Limeira, com 276 mil .... deixa para lá!

QUEM COPIOU QUEM?
Eliseu está bravo com o prefeito Silvio Félix após lançar a ideia das subprefeituras na Câmara e o ex-colega de partido, agora, tornar pública a proposta dos escritórios regionais. Importante lembrar que um antigo defensor desta proposta é o jornalista Ricardo Galzerano, que escreve sobre o assunto faz tempo.

MAIS EFICIÊNCIA
Acredito que a discussão é válida, mas não vejo necessidade de subadministrações para uma cidade do porte de Limeira. Penso que é possível melhorar a eficiência da estrutura hoje existente.

TOMBAMENTO
Félix quer que as casas do Horto Florestal sejam tombadas e suas características, da época da colônia da Fepasa, mantidas. Futuramente, a Prefeitura planeja usá-las para entretenimento, com restaurantes e artesanatos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Quem deve mudar: a lei ou o transgressor?

Artigo publicado na versão impressa da edição de 21 de novembro de 2011:

Projeto aprovado por uma comissão na Câmara dos Deputados que impõe a tolerância zero ao álcool no volante virou dor de cabeça para proprietários de bares e restaurantes e pessoas que gostam de tomar sua cervejinha e estão no trânsito.

Alguns veem exagero; outros, hipocrisia (não há fiscalização que cheque todo motorista); e há os que pensam no bem maior, a vida. Faço minhas considerações.

Em conversa recente, o delegado seccional José Henrique Ventura lembrou-me que as leis, no Brasil, são feitas no calor dos acontecimentos.

Nos últimos meses, a mídia deu publicidade a atrocidades cometidas ao volante.

A última, na semana passada, vitimou, em Campinas, um jovem que estava na calçada, atropelado por um veículo desgovernado que disputava um racha.

O nível de álcool de uma motorista estava acima do permitido; o outro rejeitou o teste, mas apresentava sinais de embriaguez.

Em praticamente todas as tragédias que tiveram repercussão e envolviam álcool no volante, os motoristas estavam com nível acima do limite imposto pela lei atual e passível de punições já previstas.

Há necessidade de mudar a regra?

Ou bastaria, se querem mais rigor, agravar as penas já existentes?

Uma pergunta para a qual não vi, ainda, estatísticas: quantos acidentes, quantas mortes foram provocadas por pessoas no volante que ingeriram álcool, mas ainda estavam no limite da atual lei?

Ventura fez outra boa observação: é extremamente difícil estabelecer qual o limite de álcool de cada um.

Conheço pessoas que ficam levemente alteradas com duas latas de cerveja; outros tomam dez e, além de não aparentar, dirigem bem.

Na dificuldade de achar este limite comum, igualar em nível zero, como propõe o projeto, seria a melhor solução?

É pertinente a sociedade brasileira acompanhar as audiências públicas que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux planeja para 2012 sobre o assunto.

Entre tantos temas, esses encontros vão discutir se existe concentração específica de álcool por litro de sangue capaz de atestar uma embriaguez incapacitante para a condução de um veículo e se há meios científicos para se apurar, com segurança, a embriaguez incapacitante ao volante.

Debate que deveria ocorrer no Legislativo, mas que será feito, mais uma vez, pelo Judiciário.

Tenho dúvidas se a lei seca deve ser mais rigorosa do que já é, mas não tenho dúvidas de que a sociedade precisa debater este assunto e o direito a vida ter preferência.

Antes de mudar de novo a lei, quem deve mudar é a pessoa que já a transgride hoje.

É esta pessoa que vai transgredir a lei de amanhã.

Aí não haverá mais rigor a ser inventado.

E ainda haverão famílias velando as vítimas da imprudência no trânsito.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Primavera desbotada

Artigo publicado na versão impressa da edição de 14 de novembro de 2011:

Enquanto a juventude árabe foi propulsora de manifestações históricas em 2011, derrubando ditaduras, na “Primavera Árabe”, por aqui a manifestação mais célebre do ano é a de um minúsculo grupo de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) que não quer a PM no campus, revoltados que estão após policiais flagrarem três alunos fumando maconha no espaço universitário.

Já escrevi aqui uma característica da juventude local que, acredito, possa ser estendida ao jovem brasileiro em geral.

Ou ele(a) gosta muito de política e geralmente está associado(a) a um partido ou segmento organizado (a minoria), ou é completamente desconectado(a) do assunto (a maioria).

O grupo que ocupou a reitoria faz questão de exibir símbolos políticos. Fazer política é legítimo, lutar por uma causa, integrar um movimento, também.

Não há mal algum em fazer isto dentro de um Estado democrático de direito, regido por leis que valem em todo o território brasileiro.

Se são oposição à presença da PM no campus, que protestem.

Se defendem a descriminalização da maconha ou de qualquer outra droga, que façam protestos, mobilizações, passeatas nos espaços adequados.

Vão às Câmaras Municipais, às Assembleias Legislativas, ao Congresso, aos locais onde se fazem as leis para alterá-las, se assim desejam.

Mas, enquanto houver leis, estas precisam ser respeitadas.

Ocupar um prédio público é crime, praticar vandalismo é crime, desobedecer à ordem judicial é crime.

A ação da PM fez valer o cumprimento da ordem, da Justiça que legitima o que é de direito - creio até que a USP errou em aceitar que a desocupação fosse adiada, pois tinha de ser feita imediatamente, conforme a ordem judicial.

"Vi ontem uma mãe na delegacia, chorando porque o filho estava preso, mas ele foi preso porque escolheu. Esses alunos, esses pais, parecem não ter noção do que é chorar por ter perdido um filho. Talvez, se tivesse policiamento, o meu Felipe não teria sido morto com um tiro na cabeça". A frase está no jornal O Globo e foi dita por Zélia Paiva, mãe de um aluno assassinado dentro do campus da USP, em maio. Foi depois disso que a PM voltou a fazer o policiamento interno de maneira mais ostensiva.

Se há problemas na atuação da PM, os alunos da USP têm direito de protestar e lutar para exigir uma polícia mais eficiente.

É tudo uma questão de escolha por qual causa lutar. Parece que a “Primavera Brasileira”, além de desbotada, direciona mal sua energia.

Os maus políticos agradecem!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Coluna - 9 de novembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 9 de novembro de 2011:

CONFIRMAÇÃO
Escrevi o artigo de segunda-feira sem saber dos indicadores divulgados pela Firjan, retratados ontem pela Gazeta - queda no índice de desenvolvimento. Fica a confirmação: Limeira precisa melhorar bastante ainda e em muitas áreas.

PODEMOS MAIS
Verdade é que o limeirense, que financia, mediante os impostos que paga, as ações do governo municipal, precisa parar de se contentar com o pouco que a cidade avança. Podemos mais, e outras cidades são exemplos disso.

EXPLICAÇÕES 1
TCE pediu esclarecimentos de vários convênios firmados pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER) com prefeituras, inclusive a de Limeira - repasse de R$ 6,8 milhões para duplicar trecho do Anel Viário.

EXPLICAÇÕES 2
Entre as dúvidas, estão planos de trabalho que não condizem com valor do convênio e ausência de demonstrativo de vantagem econômica que justifique o repasse de verbas.

ARAUTOS
Interessante como gente que nunca falou em habitação, nem jamais prestou apoio às famílias sem moradia no Horto, de repente virou arauto da casa própria.

ESVAZIADA
Nas duas primeiras reuniões da CPI do Esporte, em Iracemápolis, a plateia se resumiu aos profissionais da Gazeta, que lá estavam para a cobertura do evento. População, nada!

ADIAMENTOS
Devido ao feriado da Proclamação da República, na próxima terça, sessão da Câmara Municipal da semana que vem será na quinta-feira. Em Iracemápolis, a sessão, que ocorre às terças, será na quarta, dia 16.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Menos, menos

Artigo publicado na versão impressa da edição de 7 de novembro de 2011:

Sou cético, admito.

E isto não tem a ver com pessimismo ou mau humor. Tem a ver com questionamento.

Quando me falaram que Limeira fora citada pela revista “Veja” entre as melhores cidades não-capitais do País em alguns quesitos, contive qualquer sentimento de euforia.

O prefeito Silvio Félix apressou-se, em seu blog, em dizer que somos hoje “outra Limeira”: estamos entre as melhores na saúde pública, no saneamento, no emprego, na educação. Você concorda?

“Veja” diz que estamos entre as melhores na questão criminalidade e cita a baixa taxa de homicídios.

Novidade? Em fevereiro de 2008 (quase 4 anos atrás), escrevi reportagem, com base em dados de 2007, mostrando que a cidade estava entre as menores taxas de homicídios em São Paulo.

Ressalva: o Estado não computa vítimas que morrem após o registro de boletim de ocorrência.

Assim, o dado oficial é sempre menor que o real.

A queda nesta modalidade de crime ocorreu em todo o Estado de São Paulo.

Sejamos práticos: Limeira é hoje segura, como insinua o texto de “Veja”?

Faz 15 dias, tradicional comerciante foi rendido por um vagabundo em pleno domingo, às 15h, na Praça Toledo Barros.

A vítima olha para o cartão postal, no coração da cidade, e não vê um agente de segurança sequer.

Sente-se humilhado.

É só mais um na triste e elevada estatística do crime.

Na parte de economia, Limeira é uma das cidades que “pulsa” no interior.

Estamos entre cinco rodovias e uma ferrovia (quem não sabia?). Temos a maior fábrica de aromatizantes da América do Sul e, até o final do ano, ganharemos a maior fábrica de escapamentos do mundo.

A Samsung não foi citada, mas, sem dúvida, será um marco.

Produzimos também 60% das bijuterias e joias folheadas.

Mas vamos a outros dados.

Em 2005, Limeira era a 74ª maior economia do País. Em 2008, último dado disponível, era a 78ª. Regredimos? Crescemos menos que as demais cidades? Pensem aí.

Números ajudam a mostrar patamares e são essenciais para verificar evoluções e recuos.

Mas precisamos ter cautela antes de apregoar Limeira como uma cidade maravilhosa.

Apego-me a estatísticas recentes do País.

O Brasil está prestes a se tornar a sexta maior economia do mundo. Mas é só o 84º no Índice de Desenvolvimento Humano.

Adianta Limeira ser destaque em criminalidade se não há segurança no principal cartão-postal, no Centro da cidade?

Adianta ser destaque em economia se nossas praças esportivas estão abandonadas, se os jovens que ainda nem se formaram no câmpus 2 da Unicamp já pensam em deixar a cidade assim que receberem o diploma, porque não veem atrativos e opções?

Pensem aí.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Coluna - 2 de novembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 2 de novembro de 2011:

ATESTADO
Se der continuidade ao loteamento urbano de Renê Soares, Félix, além de criar atrito com o MP, estará assinando atestado de que sua política habitacional foi incompetente e fracassada.

ATÉ QUANDO?
Uma pergunta que todos fazem é: até quando Renê continuará a bater publicamente nas ações do atual governo sem reação de Félix? Enquanto o prefeito deixar, dará a impressão de que tudo é feito com consentimento.

HORTO 1
Processo em que União e Município disputam a posse das terras do Horto tramita lentamente na Justiça Federal de Piracicaba. Está na fase de o perito responder a quesitos formulados pelo MPF. Conflito com a PM completa quatro anos no final deste mês.

HORTO 2
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, nenhum andamento foi dado ao processo desde 20 de junho.

EFEITO
Bastou uma reportagem da Gazeta sobre os 12 buracos na Rua Joaquim Pompeu, no Parque das Nações, para a Prefeitura fazer operação tapa-buracos no local. População agradece.

CUTUCANDO
Em seu blog, Félix cutucou Iracemápolis, que, segundo ele, ainda não efetivou sua participação no Samu: “Se não quer, minha opinião é de que isso será ruim para toda a população. Agora, se quer, por que essa demora?”

SOZINHO
Félix deve terminar assim como começou seu governo: distante de ações conjuntas com as cidades vizinhas.

APLAUSOS
Câmara de Iracemápolis aprovou moção de aplausos e parabenização, apresentada pelo vereador Donizete Stein, aos estudantes Luani dos Santos, Maria Rita Bonin Magrin, Erika Eiko Miyamoto e Evelise Poloni Andrietta, que obtiveram conquistas no Prêmio Gazeta de Literatura.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O ponto de interrogação como resposta

Artigo publicado na versão impressa da edição de 31 de outubro de 2011:

Confesso que ao ler as redações pré-selecionadas pelas escolas ao Prêmio Gazeta de Literatura, que couberam à minha avaliação, notei algo que, a princípio, me incomodou.

O tema deste ano era extremamente complexo (“Revendo os valores morais na vida em sociedade”), mas o ponto comum nos textos foi um pessimismo (por vezes exacerbado) nas observações dos estudantes sobre aspectos de nosso cotidiano.

A crise dos valores foi exemplificada em várias vertentes: desrespeito aos professores; brigas em família; revolta contra corruptos; falta de amor ao próximo; desrespeito ao meio ambiente, entre tantos outros.

O que fazer diante de tudo isso? A resposta que os alunos deram a esta pergunta, percebi, é o próprio ponto de interrogação.

Chamou-me a atenção o pessimismo quando observo a idade dos estudantes.

Eles ainda vão sentir, observar, revoltar-se, conformar-se, refletir com muitas outras situações próprias às diferentes fases da vida, que ainda não viveram.

Mas, estimulados com o projeto da Gazeta, já são capazes de observar (e passarem isto em texto) que a época em que vivem não é a mesma na qual seus pais viveram a infância, muito menos a de seus avós.

Interessante constatar que muitos alunos saudaram àqueles tempos, como se fosse a época em que gostariam de ter sido crianças ou adolescentes.

E estamos falando de um tempo em que não havia internet em casa, Orkut, Facebook, smartphones ou quaisquer outras parafernálias eletrônicas que trazem facilidades e são adoradas pelo público jovem.

Apesar do incômodo inicial, não preciso ir longe para entender as razões do pessimismo.

Leio nesta Gazeta: num dia, imagens, flagradas por câmeras, mostram adolescentes destruindo árvores (pelo simples gosto de destruição, sei lá?) que moradores estão cansados de replantar após vandalismos; noutro dia, estatísticas mostram que, por dia, há três relatos de agressões de alunos a professores; e constatamos que o desejo de pais entregarem seus filhos ao Conselho Tutelar é mais rotineiro do que imaginamos.

Daqui a 40 anos, é possível que o tema proposto este ano seja, quem sabe, repetido.

O que nossos futuros alunos observarão?

Existirão motivos para ansiarem ter vivido a época da juventude de seus pais, a que vivemos hoje?

Aos alunos que participaram do Prêmio Literário: não desanimem.

Observar, criticar, refletir e transmitir as percepções são enormes passos para futuras transformações.

E os pontos de interrogação que vocês fizeram, tenham certeza: somos todos nós que fazemos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Coluna - 26 de outubro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 26 de outubro de 2011:

CENÁRIOS 1
Com a confirmação de uma pré-candidatura a prefeito do PDT, está descartada a possibilidade de o prefeito Silvio Félix vir a apoiar Renê Soares (PR) como cabeça de chapa.

CENÁRIOS 2
O interessante é que, na busca por eventuais alianças, o partido de Félix terá de buscar siglas que hoje estão ao lado do presidente do SAAE.

QUER UMA LOTÉRICA?
Caixa abriu seleção para quem quiser, por meio de permissão, comercializar loterias pelo prazo de 120 meses em 7 cidades, inclusive Limeira. Propostas devem ser enviadas até 25 de novembro. Informações pelo e-mail: gilogsp18@caixa.gov.br.

FAZ TEMPO
Enquanto Limeira comemorou, finalmente, a vinda do Samu, Araras também celebrou o serviço este mês. É que o Samu de lá completou dez anos em funcionamento.

FERIADÃO 1
Félix transferiu o Dia do Funcionário Público (ponto facultativo), celebrado dia 28, para dia 1º de novembro. E, de quebra, considerou o dia 31 em ponto facultativo.

FERIADÃO 2
Resumindo: com o feriado de Finados na quarta-feira, Prefeitura vai “emendar” segunda e terça-feira, retornando na quinta-feira. Compensação de horas fica a critério das secretarias.

PARA QUÊ?
Com seis fiscais na Prefeitura, nem adianta os vereadores criarem novas leis. Não há como fiscalizar tudo.

NÃO FALTA MUITO
Acredito que, em pouco tempo, não será tão improvável a discussão sobre implantação de rodízio de veículos no Centro de Limeira. Será necessária muita reengenharia para melhorar a fluidez do trânsito sem mudanças drásticas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Via de mão dupla

Artigo publicado na versão impressa da edição de 24 de outubro de 2011:

Como não bastassem as polêmicas registradas nos últimos anos na Rodovia Dr. Cássio de Freitas Levy, o desbarrancamento do acostamento, uma semana após a liberação das obras do alargamento da ponte, se somou às constantes irritações dos motoristas que já vêm não é de hoje.

Por muito tempo houve alertas dos usuários sobre a necessidade de melhorias na pista, o que é inquestionável diante da arrecadação do pedágio, que fica com Limeira. Para alargar a ponte, a Prefeitura precisou criar um desvio temporário numa área particular.

Usuários não pararam de reclamar.

Pediam pavimentação, ilógico para um desvio provisório em terras que tinham dono - e não era o Município.

Pediam isenção de pedágio, medida cuja legalidade é duvidosa - ninguém pede isso quando há obras na Anhangüera ou Bandeirantes.

Não se faz melhorias viárias sem medidas que alterem a rotina dos motoristas.

Do contrário, numa próxima obra, seria mais fácil interditar toda a Limeira-Cordeirópolis - assim, tanto limeirenses quanto cordeiropolenses usariam Anhangüera ou Bandeirantes, pagariam pedágio, teriam pista boa e reclamariam menos. Radical? Ou alternativa à intolerência generalizada?

Mesmo com a impaciência dos motoristas, faltou bom senso na liberação da ponte sem que ela tivesse obras de escoamento.

Não se inaugura uma obra tão relevante com a possibilidade de surgir rachaduras - não quando se trata de uma rodovia. Por mais que houvesse "pressão" por parte dos motoristas, cabe à Prefeitura tomar as decisões técnicas e distantes da pressão, que deve ser combatida com orientação e esclarecimentos.

Estamos num momento em que tanto Limeira quanto Cordeirópolis, prefeitos e vereadores, deveriam reduzir as distâncias assombrosas hoje existentes para reavaliar a gestão da rodovia.

Está na hora de parar com a troca de acusações - Cordeirópolis reclamando da atuação de Limeira na rodovia, e Limeira reclamando de Cordeirópolis sobre a sujeira no Ribeirão Tatu - para, juntos, os municípios terem força para pleitear ajuda do Estado e da União na solução de ambos problemas.

Enquanto a rodovia for administrada com o pensamento de que é de "mão única", toda obra se transformará em palco de intolerância e reclamações.

Atenção, prefeitos e vereadores: a via é importante para as duas cidades!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Coluna - 19 de outubro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 19 de outubro de 2011:

MASSON 1
Apesar da notoriedade relativa ao cargo, promotor Cléber Masson, que deixa Limeira em definitivo após oito anos, sempre enfatizou seu trabalho como representante da instituição Ministério Público.

MASSON 2
Ele não foi só o promotor da merenda. Atuou contra o déficit de creches, cooperativas fraudulentas, falta de remédios, contratos irregulares e atuações ilegais. Ganhou e perdeu ações. Mas agiu, com seriedade, como um representante do MP.

VELHO DRAMA
Um final de semana com chuva foi suficiente para mostrar que Limeira viverá outro drama neste verão. Asfaltos de obras recém-concluídas já racharam; alagamentos e desbarrancamentos voltaram. Preparem obras emergenciais...

ÁGUA SUJA
Na capital, Promotoria quer tornar “ficha-suja” autoridades responsáveis por áreas que voltarem a alagar no próximo período de chuvas. Se a moda pega...

CR 1
CR de Limeira sempre foi considerado “modelo”. Mas o Estado, ao romper repentinamente um contrato sem outro em vista, desconstrói uma história que levou anos para ser construída.

CR 2
Não faz sentido, sendo “modelo”, o CR estar vinculado a um CDP. E o Estado ainda quer outro presídio na cidade, sendo que mal toma conta do que já existe.

OLHEM AÍ, PRÉ-CANDIDATOS
Saúde e criminalidade são as áreas que mais preocupam os brasileiros, segundo pesquisa divulgada pela revista Época desta semana. Creio que, em Limeira, não é diferente.

NO BRASIL, PODE
Trabalhador brasileiro participa, só com o IR, de 9% de toda arrecadação federal. Os bancos, com quatro impostos, correspondem a 4%. Pode? No Brasil pode. Eis um bom mote para nova marcha, no próximo feriado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O peso e preço da graça

Artigo publicado na versão impressa da edição de 17 de outubro de 2011:

Enquanto Rafinha Bastos mergulhava em seu inferno nas últimas semanas, o humor brasileiro perdia José Vasconcellos, o inesquecível Rui Barbosa Sa-Silva, o que aprofundou o campo argumentativo desfavorável ao integrante do CQC.

Assim como Marcos Plonka, o saudoso intérprete de Samuel Blaustein ("Fazemos qualquer negócio!"), Vasconcellos se foi, para muitos, como exemplo de que é possível fazer humorismo puro, sem ofensa ou palavrões.

Mas Vasconcellos imortalizou-se fazendo pilhéria na qual é realçado um distúrbio (gagueira), e os gagos tinham motivos para não gostar de suas piadas. Já Plonka tirava sorrisos das pessoas caricaturando o estereótipo do judeu que só quer só lucrar - e os judeus tinham motivos para não gostar de suas piadas.

A partir de qualquer humorístico na TV, piada contada na praça, no bar ou nos e-mails que chegam às nossas caixas de mensagens, constata-se: a pilhéria ocorre à custa de um escolhido: argentino, japonês, português, corintiano (ou qualquer outro torcedor), gordinho (ou melhor, quem está acima do peso), loira, entre outros. E todos têm razões para não gostar disso.

Na ação em que pedem R$ 100 mil de indenização de Rafinha Bastos por danos morais, os advogados de Wanessa Camargo citam doutrina de Nelson Hungria e Heleno Cláudio Fragoso: "As pilhérias de mau gosto, sujeitando a pessoa ao ridículo e à galhofa, não se coadunam com uma intenção inocente. Não é admissível que, por amor à pilhéria, se tolere que alguém se divirta ou faça divertir à custa da reputação ou decoro alheios. Uma coisa é gracejar, outra é ridicularizar".

Aplicando este conceito às piadas que assistimos na TV, no teatro, nos bares, no nosso dia a dia, faltariam Fóruns para julgar os casos que renderiam pedido de indenização igual ao da cantora. José Simão e Ary Toledo, então...

A piada - ou melhor, a fala (aquilo não é piada) - de Rafinha sobre Wanessa foi infeliz e se soma a outras feitas antes e depois por ele.

É o balanço de seu conjunto que o faz, hoje, um problema, e ser problemático é o primeiro passo para qualquer profissional ser legado ao ostracismo.

Por outro lado, se apoiarmos a iniciativa de Wanessa em processá-lo, teríamos de rever, então, se no escritório, no bar, em casa ou na praça, não estamos sendo "Rafinhas" ao contar piadas que atingem alguém. Não pode haver dois pesos.

Ou, para glória do politicamente correto, seria mais racional baixar um decreto proibindo a piada neste país.

Todos ficariam contentes. E não haveria a menor graça.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Coluna - 12 de outubro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 12 de outubro de 2011:

SAAE DIFERENTE 1
SAAE é a única autarquia que não presta contas no Portal da Transparência no site da Prefeitura. Dados estão em site próprio: www.saaelimeira.com.br. Demais entes da administração indireta (Ceprosom, Emdel, Codel e IPML) prestam contas no www.limeira.sp.gov.br.

SAAE DIFERENTE 2
Secretaria de Administração diz que, quando criou o Portal da Transparência no site de Limeira, indagou a cada secretaria/autarquia se havia interesse de constar os dados no mesmo. "No caso do SAAE, já existe o site www.saaelimeira.com.br, onde constam todos os dados de receitas, gastos e outras informações".

DESATUALIZADO
A notícia mais nova publicada no site do SAAE de Limeira data de 15 de junho de 2009.

PROBABILIDADES
DEM vai vetar apoio a candidatos do PSD que encabecem chapa, mas aceitará o contrário. Ou seja, Eliseu não poderá apoiar Quintal, mas o inverso é possível.

LIMEIRA-CORDEIRÓPOLIS
Se a Prefeitura tivesse pavimentado o desvio provisório (que ficava em área particular) da Limeira-Cordeirópolis, para quê serviria o asfalto agora, que a obra da ponte já foi finalizada?

HISTÓRIA DE TRÂNSITO 1
Leitor nos encaminha e-mail relatando episódio ocorrido numa terça-feira, às 12h10. Fila dupla (até tripla) para embarque de alunos em horário de saída numa escola do Centro. Agentes de trânsito se mostram impacientes e acionam sirenes.

HISTÓRIA DE TRÂNSITO 2
Continua o leitor: "Imaginei que iriam tomar as providências para resolver o problema. Mas simplesmente abriram caminho e seguiram em frente". Encontrou os agentes e perguntou: "Não deveriam ser multados?". Resposta: "Se multar um, teria de multar todos os que estão cometendo a infração".

HISTÓRIA DE TRÂNSITO 3
O leitor faz a pergunta inevitável: "Então por que não multa todos os que estão irregulares?". Resposta: "A gente multa, depois a diretoria vai lá e eles cancelam e ainda vai sobrar pra gente". Ele resume: "Deu para perceber que o agente é só o lado mais fraco da corda. Para um bom entendedor, não precisa explicar mais nada".

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Comodidade e criatividade

Artigo publicado na versão impressa da edição de 10 de outubro de 2011:

Muita gente achou exagerado o destaque dado pela imprensa no tratamento da morte de Steve Jobs; outros, no tom de genialidade atribuído por empresários, jornalistas, usuários em geral ao co-fundador da Apple.

Ainda é cedo: a história exige tempo para que impactos sejam assimilados e compreendidos em contexto, mas é possível, a partir de pensamentos do inventor e seu trabalho, ter uma dimensão do que pode ficar de legado.

Jobs já era rico antes de inventar o iPod, lançado em 2001. Mas ele o inventou e criou novos paradigmas no jeito de tocar e, consequentemente, no modo como consumimos música. Se você ainda não conhece esse aparelho, quando conhecê-lo, soltará a expressão que melhor o resume: "Como é que pode caber tanta música nesse aparelhinho?".

Ele podia ter parado por aí, mas inventou e lançou, em 2007, o iPhone. Criou novos paradigmas no mercado de telefonia. Se você ainda não conhece esse aparelho, quando conhecê-lo, soltará a expressão que melhor o resume: "Como é que um celular pode fazer tanta coisa?".

Jobs podia ter parado por aí, mas ele inventou e lançou, em 2010, o iPad. Criou novos paradigmas no mercado de computadores pessoais. Se você ainda não conhece esse aparelho, quando conhecê-lo, soltará a expressão que melhor o resume: "Como é que os recursos de um computador cabem numa prancheta?".

O sucesso de seus aparelhos se deve a uma característica aplicável a qualquer outro produto: eles são fáceis de serem usados por todas as pessoas e oferecem comodidades aos seus usuários.

Jobs costumava dizer que sabia o que consumidor ia querer. "Se você faz algo de bom e tudo dá certo, acho que é hora de pensar em outra coisa e tentar adivinhar o que vem pela frente", dizia.

O espírito irrequieto e criativo de Jobs impediu-o de parar após seu primeiro sucesso e o resto já sabemos.

Inovação exige criatividade e o sucesso de qualquer produto é medido na satisfação de seus consumidores, e não nas vontades de quem o produz.

Parece simples, mas Jobs, sempre ele, também já dizia que o "simples pode ser mais difícil que o complexo".

Jobs morreu na semana em que foram divulgados os ganhadores do Prêmio Nobel, nunca vencido por um brasileiro.

O jornalista Alexandre Garcia, em seu comentário radiofônico, pontuou. "Isto é o reflexo de nossa educação. Como anda nosso investimento em pesquisas?".

Reforço: estamos estimulando crianças, jovens, estudantes e empreendedores a pensarem em fazer o novo?

Os produtos de Jobs prezam pela comodidade aos consumidores, mas, lembremos, com o exemplo do próprio dono da Apple: comodidade é perigosa quando anula a vontade de criar.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Coluna - 5 de outubro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 5 de outubro de 2011:

EMDEL 1
No início de sua liquidação, a Emdel contava com 512 funcionários, entre efetivos e afastados. Em 31 de dezembro passado, esse número era 54, sendo 24 afastados.

EMDEL 2
Enxugamento deve continuar. No último dia 26, assembleia geral aprovou proposta para terceirização da mão de obra operária/manutenção da rodoviária.

MESMO BARCO
Ficha de filiação já está na mesa de Pejon. Ele deixa o PSC nesta semana, e vai mesmo para o PDT de Silvio Félix.

EXPECTATIVA
Após o fim do prazo para filiações partidárias, a expectativa no mundo político será quanto à escolha, por parte do prefeito, de seu pré-candidato. Há muitos nomes na manga.

FINALMENTE
Além da ponte da Limeira-Cordeirópolis, outra obra que deve ser entregue até sexta-feira, segundo o secretário de Obras, Celso Gonçalves, é o terminal urbano.

RETOMADA
Com a entrega do terminal, a passagem dos ônibus pela Praça do Museu será reduzida de forma gradativa. E a obra na praça, cujo abandono a Gazeta mostrou recentemente, será retomada.

INDENIZAÇÃO
Justiça publicou edital da condenação do Auto Posto Avenida Campinas, por adulteração de combustível, e avisa: consumidores lesados, mediante prévia comprovação, podem ser indenizados individualmente.

MAIS DIFÍCIL
Se em julho a projeção indicava a necessidade de 510 novos eleitores por mês, outubro chegou com estimativas mais frias ainda, quanto ao segundo turno em 2012. Faltam 4.120 eleitores, e 7 meses. Ou seja, a necessidade subiu para 588 por mês.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A boa aplicação do dinheiro

Artigo publicado na versão impressa da edição de 3 de outubro de 2011:

Ao falar sobre creches na Promotoria Comunitária, há pouco mais de um mês, o secretário da Educação, Antonio Montesano Neto, deu a senha: "Dinheiro não é o problema".

Ele tem razão.

A peça orçamentária de 2012 enviada à Câmara Municipal estima R$ 738 milhões em caixa na Prefeitura, no que vai ser o último ano do mandato do prefeito Silvio Félix.

Embora o crescimento em relação a este ano (23%) seja menor do que o ocorrido entre 2011-2010 (37%), é um orçamento nada desprezível.

Se o crescimento estimado para o ano que vem se repetir no período seguinte, o(a) próximo(a) a ocupar a cadeira do Edifício Prada terá um orçamento perto de R$ 1 bilhão logo em seu primeiro ano de mandato.

Como Limeira já começará a sentir os efeitos da Samsung em breve e o IPTU de muitos limeirenses será reajustado após o levantamento aerofotogramétrico feito nos últimos meses, além do fato de a economia estar em franco crescimento, é possível atingirmos a marca de R$ 1 bilhão já em 2013.

Outra consideração: em 2012, o orçamento por habitante de Limeira será de R$ 2.654, número que, em 2010, era de R$ 1.579 - conforme dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Num cálculo simples, é como se, em dois anos, a Prefeitura tivesse R$ 1.075 a mais para gastar com cada um de seus habitantes.

É com este cenário financeiro que estamos, praticamente, há um ano das eleições municipais.

Após o dia 7, quando todos os pretendentes já estarão filiados em seus respectivos partidos, começará a construção efetiva de candidaturas, alianças e, especialmente, os planos de governo.

Se, como vimos, dinheiro não será problema, haverá um espaço significativo para que os futuros postulantes - e os limeirenses devem cobrá-los - debatam a melhor forma de administrar e, especialmente, aplicar o dinheiro que estará disponível ao longo dos próximos quatro anos.

Na última edição especial de aniversário de Limeira, a Gazeta mostrou os anseios da população e sugestões de especialistas para os diversos problemas.

Os limeirenses já mostraram o roteiro - e muitas reclamações não demandam grandes investimentos, mas sensibilidade e vontade política.

É a boa aplicação do dinheiro, nas reais prioridades da cidade, que deve, ao longo dos próximos 365 dias, nortear o debate político e o discurso dos pretendentes ao Edifício Prada.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Coluna - 28 de setembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 28 de setembro de 2011:

CURTI NA JUSTIÇA 1
Tribunal de Justiça condenou Antonio Curti, ex-dono da Lua Automóveis, a dois anos de prisão, em regime aberto, por crimes tributários, cometidos numa concessionária de Taquaritinga nos anos 90, antes de ele vir a Limeira. Ele nega ter participado de irregularidades.

CURTI NA JUSTIÇA 2
Só que, como ocorreu aqui, a Justiça reconheceu que o crime prescreveu e ele não pode mais ser punido. Assim como em Limeira, Curti não cumprirá pena alguma.

CURTI NA JUSTIÇA 3
Neste processo em Taquaritinga, Curti teve a prisão preventiva decretada e chegou a ficar preso, em julho de 2010. Foi solto após obter liberdade provisória no TJ, dias depois, sem precisar pagar fiança.

NÃO PODE
Secretário Montesano afirma que resolução do Ministério da Educação (MEC) proíbe funcionamento de creche à noite, bandeira levantada pelo vereador Paulo Hadich.

PELÉ DAS LEIS
Prefeito Silvio Félix postou em seu blog e, posteriormente, de forma misteriosa, retirou texto em que afirmava que chegou à marca de mil leis criadas, fazendo uma analogia com o milésimo gol (?) marcado por Pelé.

EM IRACEMÁPOLIS
Vereador Cláudio Cosenza Filho fez indicação, solicitando que a Prefeitura tome providências para realizar verificação de artefatos arqueológicos na zona rural.

INFRAESTRUTURA
Segundo o Censo 2010, Limeira tem 94 domicílios permanentes sem energia elétrica. E há 45 imóveis que não têm banheiro ou sanitário algum.

SÓ FALTA ELE
Primeiro, Alckmin (Wagner Barbosa); depois, Lula (Ronei). Estou curioso para saber qual vereador vai propor título de Cidadão Limeirense para o Sarney.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Soluções sem garantias

Artigo publicado na versão impressa da edição de 26 de setembro de 2011:

Uma tragédia na sala de aula, como a que ocorreu na última quinta-feira em São Caetano do Sul, quando um aluno de dez anos levou a arma do pai para a escola, atirou na professora e se matou em seguida, é sempre oportunidade que muitos aproveitam para criticar as condições das escolas públicas.

Mas a escola em questão era a melhor unidade pública de 6º ao 9º ano de São Caetano do Sul (cidade que tem um dos mais altos índices de desenvolvimento humano do País) e foi a melhor escola pública não técnica do Estado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

É uma escola modelo, numa cidade modelo. Nem isso a deixou imune de tragédias.

Certamente começará, a partir desse fato, discussão em torno das escolas serem obrigadas a implantar detectores de metal - medida que não sai barata e que seria paga por nós, contribuintes.

Ou, então, revistar todas as mochilas. Em 2006, numa escola estadual de Limeira, uma aluna enfeitou o fichário com um objeto estranho e o levou à escola, entre seus materiais. Um colega foi brincar com o adorno e descobriu-se que era, na verdade, um explosivo. Resultado: o menino perdeu três dedos da mão.

Neste ano, o Tribunal de Justiça (TJ) entendeu que era dever do Estado garantir a integridade física do aluno em suas dependências e mandou o governo pagar R$ 50 mil de indenização ao estudante.

O Estado justificou que era impossível vistoriar o que cada aluno leva à sala de aula. As escolas, que muitas vezes já sentem a falta de funcionários para as atividades básicas, teriam que multiplicar as pessoas nas portas para revistar centenas, milhares de alunos.

E, ainda, haverá os que acharão que esta alternativa configurará abuso, constrangimento, invasão de privacidade.

Assim como o massacre de Realengo em abril, o episódio de São Caetano reforça a impressão de que, cada vez mais, o debate sobre segurança nas escolas e suas consequências, como instalação de câmeras de monitoramento, vigilantes, muros altos, grades, cercas elétricas, prevalecerá sobre a ideia da escola aberta e usufruída pela comunidade.

A tendência é que as escolas se fechem mais, e não o contrário. Privar liberdades tem seus benefícios, mas também efeitos.

É uma falsa solução, com potencial enorme para virar novos problemas. E sem garantia de resolver os antigos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Coluna - 21 de setembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 21 de setembro de 2011:

DISPUTA BOA
Samsung chega a Limeira com potencial para disputar o posto de líder em arrecadação de ICMS para a cidade, hoje ocupado pela Ripasa.

BOA IMPRESSÃO
Teatro Nair Bello nem foi inaugurado (está previsto para as próximas semanas) e já passou por "teste de fogo" ao receber evento com governador. Deixou boa impressão.

ESQUECE!
Apesar de uma agenda problemática nos últimos meses com o Estado (presídio, ARE e AME), Félix tentou ao máximo evitar temas espinhosos com Alckmin. Não conseguiu, já que o governador teve de falar sobre os casos.

NA AVIAÇÃO
Boa notícia: o governador anunciou que Limeira foi indicada pelo Estado para integrar o Programa Federal de Auxílio a Aeroportos. Má notícia: repasse, se chegar, não passará de R$ 1 milhão por ano, insuficiente para qualquer avanço significativo nas obras do aeroporto limeirense.

SIGA EM FRENTE
Alckmin também autorizou o avanço das conversações para que o complexo esportivo que Félix pretende construir, em conjunto com a Unicamp, tenha apoio e ajuda financeira do Estado.

PEDIDOS
Movimento jovem entregou ofício a Alckmin, pedindo o repasse de 0,05% do ICMS à Unicamp em Limeira. Já o Sindicato dos Comerciários pediu providências na área de segurança, com aumento de viaturas e policiais.

NOVA ÁREA
Técnicos do Estado sondaram, há duas semanas, uma nova área em Limeira para o presídio. Fica bem próxima ao espaço que a Prefeitura reservou às margens da Rodovia Iracemápolis-Santa Bárbara D'Oeste.

NISSAN NO RIO
Imprensa carioca crava, desde sábado, a escolha da cidade de Resende para receber a nova fábrica da Nissan no País. Ao tomar ciência do fato por meio deste jornalista, Félix mostrou-se surpreso, já que Limeira estava na disputa e chegou a decretar enorme área, perto do aeroporto, de utilidade pública, para atrair a montadora.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A terceira chance

Artigo publicado na versão impressa da edição de 19 de setembro de 2011:

Passado o calor dos acontecimentos, melhor momento para análise de fatos e consequências, ponderações sobre os episódios recentes do Shopping Pátio Limeira se fazem necessárias.

Primeiramente, não há que se falar em atentado ao desenvolvimento econômico por parte do Ministério Público e do Judiciário limeirense, muito menos ação por motivações pessoais ou partidárias (absurda cogitação feita por alguns).

Desde o princípio, trata-se de uma questão jurídica.

Existem as leis e suas exigências, itens necessários para o funcionamento de um estabelecimento.

Na ausência de um documento essencial, é cabível o questionamento, seja a um bar, lanchonete, shopping ou qualquer outro empreendimento - ainda mais quando o histórico recente apontou um acidente.

O Tribunal de Justiça (TJ), que autorizou por duas vezes a reabertura do shopping, não analisou, em ambas oportunidades, o confronto da documentação com os requisitos da lei, mas suas decisões prevalecem e deve-se respeitá-las e acatá-las, concorde-se ou não - e a quem cabe, de direito, pode recorrer.

Após superar dois episódios amargos (desabamento de parte do teto e a primeira lacração), o Shopping Pátio tem, agora, uma nova chance para acabar, de vez, com os temores e se consolidar como um importante ativo do município, como se propôs desde que inaugurado: na geração de empregos, arrecadação de tributos, opção de lazer e entretenimento.

E o empreendimento tem, a seu favor, um patrimônio relevante: além dos frequentadores, a maioria esmagadora dos lojistas quer trabalhar, investir e apostar no empreendimento, como se viu na passeata que fizeram.

É, com e em respeito a eles, que o shopping tem o desafio de superar em definitivo o impasse na Justiça, que, não esqueçamos, não terminou com a reabertura em fevereiro, nem na mais recente.

O temor se dissipará, por completo, quando os atestados de segurança estiverem oficialmente documentados. Para isso, a administração do empreendimento tem (sabe e trabalha para isso) que buscar a regularização completa.

Assim, acaba o questionamento do MP, acaba a ação na Justiça, o shopping continua em sua trajetória de desenvolvimento, com segurança atestada e cumprindo a legislação em vigor.

Como todo limeirense, sensato e ciente da importância de um shopping em nossa cidade, deseja.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coluna - 14 de setembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 14 de setembro de 2011:

JOÃO FERRAZ
Nas poucas e agradáveis vezes em que tive a oportunidade de acompanhar presencialmente João Ferraz comentando jogos nas jornadas esportivas da Educadora AM, sempre parava para ouvi-lo. Valia a pena. Tinha propriedade para fazer aquilo, pois conheceu de perto o mundo da bola, e fez dele seu próprio mundo. São-paulino roxo, do amador ao profissional, analisava com sabedoria, pois conhecia desde os campos varzeanos até os gramados do Pradão e Limeirão. Se o sonho de todo atleta é ter sucesso num clube de grande visibilidade, João mostrou que é possível tê-lo em sua própria cidade e dar, a ela e seus times locais, a visibilidade que faz o sucesso valer a pena: ser reconhecido e respeitado por torcedores, amigos e desportistas, sem perder, jamais, a simplicidade. Além da irreparável perda humana, a morte de João encolhe ainda mais o já reduzido time dos batalhadores do esporte de Limeira - aqueles que incentivam e lutam para que ele tenha o espaço que merece. O futebol não sentirá a falta do saudoso chute forte de João em cobranças de falta, porque já teve o prazer, em si, de proporcioná-lo (e quem o viu, não esquece). Mas a falta do próprio João, isso o futebol e o esporte limeirense sentirão.

MOBILIZAÇÃO
Fazia tempo que Limeira não via manifestação pública, como a que ocorreu com lojistas do Shopping Pátio, que não estivesse ligada a um movimento grevista.

SUCESSÃO
Félix tem dito que, passado o período para filiações partidárias, fará reuniões para ouvir as lideranças sobre o processo de sucessão.

MEXIDA NO QUADRO
Presidente em exercício da Câmara, Raul Nilsen Filho (PMDB) começou a mexer no quadro de comissionados ligados à Presidência.

FICHA LIMPA 1
Em Araras, Departamento Jurídico da Câmara local opinou pela inconstitucionalidade de lei, proposta pelo vereador Marcelo Fachini, para instituir a Ficha Limpa nos cargos comissionados do Executivo.

FICHA LIMPA 2
O parecer aponta vício de iniciativa. É a mesma polêmica que o projeto encabeçado pela OAB e vereador Mario Botion enfrentará.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Omissão e consequência

Artigo publicado na versão impressa da edição de 12 de setembro de 2011:

A polêmica acerca da decisão judicial que autorizou a conversão de união estável homoafetiva em casamento, o primeiro em Limeira entre duas pessoas do mesmo sexo, reacende o debate sobre como a omissão legislativa de nossos representantes dá margem à radicalização de discursos.

Tive a oportunidade de ler os dois posicionamentos, o do Ministério Público (MP), contrário ao casamento homossexual, e a decisão do juiz, em sentido oposto.

Ouvi comentários críticos ao parecer da Promotoria, mas o posicionamento é simples e bem fundamentado.

Como guardião do cumprimento das leis, o MP se opôs, porque não está prevista em nossa legislação a possibilidade de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Não há argumento religioso algum na tese (e, convém lembrarmos, casamento civil é diferente de casamento religioso); trata-se de uma peça técnica e legalista.

Se quiserem adjetivá-la de rigorosa, podem fazê-la, mas a fundamentação é respeitável.

O juiz Mário Sérgio Menezes, chamado a resolver difícil questão jurídica, mas ciente de seu ofício, faz reflexão mais ampla.

Disse ele que, para o caso, que envolve direitos fundamentais, é pouco uma interpretação “tampão”.

O magistrado entendeu que o Estado, nos últimos anos, passou a dar atenção aos homossexuais em vários campos (previdenciário, securitário, possessório, entre outros), e lembrou que o Judiciário cumpre a missão de zelar pelos direitos fundamentais do cidadão e precisa dar solução às pendências, conforme as ferramentas jurídicas disponíveis “sem perder os rumos da sociedade contemporânea”.

Muitos são contrários ao casamento civil de pessoas do mesmo sexo e, portanto, às decisões judiciais que o autorizam.

No entanto, o Judiciário só está analisando a questão, assim como em muitas outras áreas, porque, conforme o MP sustenta, não há leis que prevejam o que os casais pedem.

Na ausência legislativa, ir aos tribunais é a única solução para o reconhecimento de um direito.

No Congresso, o debate sobre a questão, assim como o tema aborto, ainda é marcado pelo aspecto dogmático.

As bancadas religiosas são numerosas, e têm força. Deputados e senadores não ousam levar o assunto adiante porque, decididamente, isso representa comprar briga com segmentos fortes e que rendem votos.

O problema é que, enquanto o Congresso não debate, a consequência é que os impasses são levados para o Judiciário, injustamente acusado de legislar por, simplesmente, ser chamado a preencher a lacuna legislativa.

Se os próprios juízes, como bem assinalou Menezes, não podem perder de vista os rumos da sociedade moderna, passou da hora de o Congresso fazer o mesmo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Coluna - 7 de setembro de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 7 de setembro de 2011:

QUALIDADE
Baixa presença de limeirenses nos campi locais da Unicamp traz outra questão, além da possível falta de interesse: a quantas anda a qualidade de nosso ensino médio?

DE CALÇADA
Limeirense gosta mesmo de calçada. Depois da Rua Tiradentes, na Avenida Laranjeiras não se mexe nisso. Bom que, ao menos, a Prefeitura consultou antes os moradores.

SEM SUCESSO
César Cortez pediu novo desbloqueio de carros e valores em conta bancária, sob alegação de que não prejudicará eventual ressarcimento futuro. Mas, no último dia 19, o Tribunal de Justiça (TJ) negou liminar.

EXPECTATIVA
Nova etapa da briga entre vereador Piuí e seu ex-partido, PR, já tem data marcada. No dia 13, TJ julgará pedido para que a Câmara substitua-o pelo suplente, Darci Reis, em recurso após a negativa da Justiça de Limeira.

SEM CHANCE
Apesar da brecha criada pelo PT nacional, não há, hoje, menor chance de o diretório local se aliar com o PSDB, segundo um dirigente petista.

IRRITAÇÃO
Movimento que quer creche à noite, iniciado por Paulo Hadich, irritou alto escalão da Prefeitura. Alguns integrantes nem foram à última reunião da Promotoria Comunitária ao saberem, previamente, da intenção do vereador.

VELHA HISTÓRIA
Cansou essa história de o PT querer regulamentar a mídia, sempre que uma reportagem lhe traz dissabores. Ou o partido sepulta essa ideia, ou nunca vai tirar, de sua imagem, essa tentativa de censura.

TRANSPARÊNCIA
Passou, na Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados, projeto que obriga os municípios a divulgarem trimestralmente valores arrecadados com multas de trânsito e a destinação desses recursos. Motoristas agradecem!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Os fracos não têm vez

Artigo publicado na versão impressa da edição de 5 de setembro de 2011:

A reclassificação geopolítica de Limeira, que, numa década, equiparou-se a Rio Claro e, juntamente com Piracicaba, estará na liderança de um conglomerado de cidades planejado pelo Estado, traz um desafio que o próximo prefeito precisa enfrentar e melhorar: o relacionamento político com o Estado e governo federal.

É inacreditável Limeira, prestes a receber uma multinacional das grandes, ser vista de forma tão menor pelos organismos estaduais e federais, que, da noite para o dia, abandonam compromissos para deixar o Município “na mão” com a população que precisa dos serviços.

Tudo diante dos olhos de nossas autoridades, que não conseguem manter relacionamento suficiente para impedir o sucateamento de serviços oferecidos pelo Estado e União.

O mais recente é o Ministério do Trabalho, que deixou de fazer homologações e orientações trabalhistas, em função de corte de custos.

O PAT, criado para intermediar mão de obra, não intermedia porque o governo federal mudou o sistema e o Estado, responsável pela mão de obra, só tem estagiários, que não têm autorização para lidar com o novo sistema.

No caso do AME, o Estado rompeu convênio e limeirenses madrugam para ir a São Paulo, num ônibus da Prefeitura, fazer exames necessários.

Podemos lembrar, também, da Farmácia Popular (governo federal não fazia repasses e a Santa Casa desistiu; não está certo se a Prefeitura vai assumi-la) e do Ambulatório Regional de Especialidades (ARE), onde faltam remédios e já houve intenção do Estado municipalizá-lo.

Não esqueçamos: órgãos estaduais, como polícias e Bombeiros, e do Judiciário, como o Juizado, estão abrigados em prédios municipais. Mas Limeira tem força para discutir estas questões com o Estado e a União?

A falta de força política se vê claramente no caso do Ministério do Trabalho. O comandante do órgão, ministro Carlos Lupi, presidiu o PDT, partido do prefeito Sílvio Félix, de quem é conhecidíssimo e visitou Limeira em 2007. Nem essa proximidade foi suficiente.

No Estado, quem é nosso interlocutor na Assembleia? Qual deputado está insistindo para que o AME, o ARE e o PAT da cidade não sejam sucateados?

Se Limeira é, para o Estado, uma cidade subpolo, passou da hora dele olhá-la como subpolo, e não como “a cidade que já ganhou a Unicamp e não pode pedir mais”.

Quanto à fraqueza política, se sete anos não bastaram, melhor refletirmos bem em 2012.

No mundo político, os fracos não têm vez, mas Limeira não merece tanto descaso e precisa ter força para cobrar, no mínimo, mais respeito do Estado e do governo federal.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Coluna - 31 de agosto de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 31 de agosto de 2011:

NA ISTOÉ DINHEIRO
Jornalista João Dória Jr. escreveu: fábrica da Samsung em Limeira fica pronta em 2013 e vai criar 1,2 mil empregos diretos. Segundo ele, investimento é guardado a sete chaves.

ILEGAL
Tribunal de Justiça declarou inconstitucional lei, de Americana, sobre a gratuidade do transporte público para pessoas acima de 60 anos. Em Limeira, há lei semelhante em vigor e as viações conseguiram na Justiça o direito de serem reembolsadas pela ilegalidade.

PAUSA
Eliseu Daniel não anda querendo falar mais sobre movimentações políticas. Prefere aguardar as definições.

PEGOU MAL
Aeródromo é da Prefeitura, e não havia vontade de voltar atrás no que foi definido para ele. Mas que ficou feio, para aliados de Félix, aprovarem o projeto da venda do espaço, de surpresa, quando os pilotos não estavam presentes, isso ficou.

SIMPLES ASSIM
Na Promotoria Comunitária, dra. Daniela Barrichello fez proposta simples a Montesano, quando discutiam novo TAC das creches: que a Prefeitura desistisse do recurso contra a decisão que a obriga a criar vagas. Assim, o processo volta a Limeira e tudo fica mais rápido na resolução do problema.

NEM TÃO SIMPLES ASSIM
Montesano disse que, por ele, "tudo bem", mas que precisa falar com o prefeito. O secretário concordou quando a juíza, de forma descontraída, citou que ele "treme nas pernas" quando recebe documentos com assinatura dela.

AME
Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa tomou ciência ontem do problema envolvendo o encerramento do contrato do Estado com a Santa Casa de Limeira, para realização de exames de alta complexidade. Ofício foi encaminhado pelo Conselho Municipal da Saúde de Limeira.

QUALIFICAÇÃO
FCA/Unicamp começa a oferecer cursos de especialização. Nova opção de capacitação para os limeirenses.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Perdendo a hora sem saber lê-la

Artigo publicado na versão impressa da edição de 29 de agosto de 2011:

A revelação de casos de atos nada republicanos nos ministérios do governo federal não é, apesar da gravidade evidente, a pior notícia para o País nos últimos meses.

Esta veio na última quinta-feira, quando foram conhecidos os resultados da Prova ABC, feita com 6 mil alunos concluintes do 3º ano (antiga 2ª série) das redes públicas e privada.

Metade das crianças que participaram da avaliação demonstrou que não aprendeu os conteúdos esperados para o nível de estudo em que estão.

Aos 8 anos, elas não sabem ler horas e minutos em um relógio digital, desconhecem o que é um centímetro e não entendem qual é a serventia da pontuação.

44% dos alunos leem mal, 46% escrevem errado e 57% deles têm dificuldades sérias em matemática.

Quando a educação básica está nesse nível, é fácil antever as dificuldades que virão deste atraso.

A criança de hoje não sabe ler hora num relógio digital, mas já sabe mexer num celular.

Uma pesquisa, divulgada em 2010 pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, mostrou que a grande maioria (64%) das crianças pesquisadas entre 5 e 9 anos já tinham usado um aparelho celular e 57% já haviam utilizado um computador.

Nessa faixa etária, 88% usam o celular para o jogo, 60% ouvem música. Na maioria, os aparelhos pertencem a algum membro da família, que os repassam para a criança usá-los.

Usar um celular ou computador não é um mal, por si só, à criança e não há meios de resistir às comodidades que a tecnologia oferece, cada vez mais acessível a todas as camadas sociais.

Reportagem de autoria da jornalista Kelly Camargo, publicada pela Gazeta, mostrou que especialistas já admitem que, no lugar de livros e cadernos na lista de material escolar, em breve estarão os tablets (computadores portáteis) - em Limeira, ainda neste ano, algumas escolas particulares começarão a adotar estes equipamentos.

A grande questão que fica, em relação à inserção da tecnologia no dia a dia escolar, é saber se as crianças conseguirão usar esta tecnologia para fixar conhecimento e, numa época em que não dá para ignorar as inovações, o desafio que se impõe aos educadores e, principalmente aos pais, é como conciliar as duas coisas sem que uma prejudique a outra.

Os resultados da Prova ABC deveriam fazer com que muitos pais, antes de presentear os filhos com celulares e computadores, procurassem saber se eles estão lendo bem, se conseguem ler as horas num relógio ou fazer contas básicas.

Como prêmio, aí, sim, poderiam vir celulares e computadores.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Coluna - 24 de agosto de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 24 de agosto de 2011:

RAVES NA MIRA
Houvesse fiscais suficientes para monitorar cumprimento de exigências e portarias já existentes, nem seria preciso lei para regulamentar as festas raves.

PRESSÃO BOA
Nilce Segalla poderia, com bom relacionamento que tem com o governo Félix e em conjunto com a bancada que integra, pressionar a Prefeitura para mais fiscais darem efetividade às regras em vigor.

LETRA MORTA
Do contrário, a lei das raves, caso seja aprovada, será mais uma a virar letra morta.

É A LEI 1
Sabe qual a pena máxima para mau uso de verba pública? Três meses de detenção. Não dá nem cinco cestas básicas.

É A LEI 2
Após 1 ano, sumiço de potro no Horto será apurado pela Prefeitura. Será que três advogados, reunidos numa sala, acharão o culpado pelo desaparecimento do bichinho? Mas a lei exige sindicância.

OPOSTOS
Enquanto Iraciara pedia, anteontem, mais controle no uso da palavra na Câmara, professor João Alberto (PP), substituto de Elza, defendia, com veemência, a participação popular na Câmara.

HOMENAGEM
Félix prepara outra bonita homenagem. Dará, ao futuro Parque Cidade da Criança, o nome de Lucas Babolin, menino que uniu a cidade em torno da solidariedade após terrível episódio que lhe tirou a vida.

PRIVILÉGIO
Fácil entender porque muitos querem que o vice que virou prefeito de Campinas fique no cargo. Sendo réu, todo o Caso Sanasa pode sair das mãos dos promotores e juiz local e ir para o Tribunal de Justiça, onde Demétrio Vilagra tem foro privilegiado

CHEGOU A HORA
Agora, todo mundo denuncia todo mundo por propaganda antecipada.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jovem que reclama, é a sua chance

Artigo publicado na versão impressa da edição de 22 de agosto de 2011:

A juventude no País já fez mobilizações grandiosas e históricas, mas faz tempo que sua quietude é assombrosa.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), por exemplo, participou de movimentos que entraram para a história política do Brasil, no combate à ditadura e na participação ativa nas “Diretas Já” para a volta das eleições diretas. Não podemos esquecer que a entidade e outros movimentos estudantis ajudaram a perpetuar os “caras-pintadas” que saíram às ruas para pedir a deposição do presidente Collor, envolvido em graves denúncias de corrupção.

E... parou por aí.

Verdade que o Brasil e as lutas atuais são bem diferentes das de 20 ou 30 anos atrás.

O país evoluiu em muitos sentidos, especialmente no campo econômico (emprego, renda, baixa inflação), que provoca uma sensação de bem-estar geral.

Mas os desafios de uma economia em crescimento ainda são muitos e nas mais variadas áreas (social, cultural, tecnologia, entre tantas) e o distanciamento dos jovens do debate político é uma lacuna que incomoda e deve ser mudada.

Pode ser iniciada no âmbito local. No próximo final de semana, Limeira terá um evento inédito, a 1ª Conferência Municipal de Políticas Públicas.

O objetivo, entre muitos outros, é qualificar e garantir a participação dos jovens na formulação e no controle das políticas públicas da juventude.

A conferência vai, além de diagnosticar a situação da juventude em Limeira, indicar prioridades de atuação do Poder Público e levar as demandas locais à discussão regional e (por que não?) nacional.

A juventude limeirense tem uma característica díspar.

Ou o(a) jovem gosta muito de política e geralmente está associado(a) a um partido ou segmento organizado, ou é completamente desconectado(a) do assunto - a maioria.

A conferência é para os dois e para todos, não tem caráter partidário.

Nossa juventude tem outra peculiaridade, típica, aliás, da fase: reclama muito de Limeira.

Queixa-se da falta de opções de lazer e eventos, de atividades culturais, de espaços esportivos, reclama sempre que acha alternativas em outras cidades, mas não aqui.

Se isso acontece, a conferência é o local para sugerir, debater, mostrar que é possível, por meio de políticas públicas, fazer ou proporcionar em Limeira o que se faz em outros municípios.

Só reclamar não adianta, é preciso participar e dar sua contribuição. Uma chance é neste final de semana. Não desperdicem!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Coluna - 17 de agosto de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 17 de agosto de 2011:

SALVA-VIDAS
Nova morte em lagoa expôs necessidade de salva-vidas em locais municipais. Apesar da tristeza e das cobranças, guarda que estava lá não tinha obrigação de saber nadar.

OUTRA DO AEROPORTO
Félix diz que novo aeroporto deverá ser integrado ao sistema nacional e, assim, crescem chances de começar pela aviação executiva. A conferir.

ESVAZIADO
PMDB de Limeira ficou mais esvaziado após a saída de Orlando Zovico. Outros podem desembarcar.

PRAGA
Quanto mais Dilma “varre”, mais denúncias de corrupção aparecem.

HOMENAGEM
Foi aprovada bonita homenagem da Prefeitura a Esmeraldo Figueira Filho. Ex-combatente de 32 terá nome perpetuado no parque da Vila Camargo.

INSISTÊNCIA
PR não desiste. Foi até o Tribunal de Justiça (TJ) tentar cassar a liminar e tirar Piuí na Câmara. Decisão nos próximos dias.

FINALMENTE
Prefeitura homologou ontem licitação para construção do novo Fórum, que, enfim, sairá do papel.

PUNIÇÃO
Professor chamou aluno de 14 anos de “burro” nos jogos escolares em Minas Gerais e acabou demitido. Falta de esportividade e de educação do profissional.

DAS BRAVAS
Santos, Neymar e Ganso entraram em ressaca das bravas, após ganhar a Libertadores. Tabela podia ser boa, e colocar o Peixe para ressuscitar o Palmeiras.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Bastelli na Comissão de Desenvolvimento

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Limeira (Acil), Reinaldo Bastelli, vai substituir o empresário Renato Maluf, como representante da entidade, na Comissão para o Desenvolvimento de Limeira. O empresário Marcos Antônio Ribeiro Bozza será o seu suplente, em substituição ao dono da Engep, Roberto Martins.

O legado de Minerva

Artigo publicado na versão impressa da edição de 15 de agosto de 2011:

Há exatos dez anos, jogava futebol numa aula de educação física do Cotil, quando um colega, esbaforido, correu até a quadra para me avisar que a professora Minerva Santi havia falecido.

Fazia três anos que eu e outros colegas havíamos deixado a Escola Estadual Professor Antônio Perches Lordello, mas o ressoar do nome dela continuava a chamar atenção de quem estudou na escola.

Mantém-se até hoje.

Dona de um estilo inconfundível, que levou da carreira na educação para a política, Minerva se impunha naturalmente, onde estivesse.

Na política, defendia suas ideias com convicção, ainda que fossem contrárias à maioria.

Tinha personalidade forte, motivo de admiração por uns, incômodo para outros.

Nisso residiam suas polêmicas, mas, com muito mais intensidade, a conquista de respeito e consideração.

Na direção da escola, Minerva empregou, testemunho que fui, um espírito de apego à disciplina e às regras (algumas desnecessárias e exacerbadas) que era um terror ao estudante rebelde.

Por este motivo era aclamada pelos pais, que viam na metodologia uma maneira dos filhos não se perderem nos estudos.

Pelo mesmo motivo, era criticada por muitos alunos, que viam rigores não vistos em outras escolas e, especialmente naquela fase inicial de adolescência, sentiam-se com a liberdade tolhida em diversas ocasiões.

Não é fácil, nem seria justo, julgar se o método escolhido por Minerva para conduzir a escola que dirigia é o mais correto ou não.

Mas, quando se ouve pais dizendo: “Isso não acontecia nos tempos da Minerva”, ou “Ah, se a diretora da escola do meu filho fosse como a Minerva”, não há dúvidas de que seu estilo foi - e segue - alvo de reconhecimento e causa influência até hoje.

Passada uma década da morte de Minerva, a Escola Perches consolidou-se como uma unidade com bons resultados nas avaliações de estudantes.

Há anos está no topo das escolas públicas de Limeira e figura com destaque no âmbito estadual.

Eventuais excessos (típicos em qualquer comunidade), como o episódio do aluno com cabelo comprido que parou na Justiça, devem ser analisados num balanço final, e não pontual.

Fato é que há sempre alunos à espera de uma vaga no Perches.

O maior legado que Minerva deixou, seguido pelos sucessores, é a certeza de que é possível fazer escola pública de qualidade e, mais que isso, fazer com que os pais tenham desejo de matricular os filhos numa escola pública porque ela tem qualidade.

Num país que ainda não colocou a educação no patamar que merece, isso não é pouco e o mérito a ela pertence.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Coluna - 10 de agosto de 2011

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 10 de agosto de 2011:

SÓ EM 2016
Se falta definir as peças, ao menos uma coisa é certa no tabuleiro de 2012, na avaliação de quem acompanha de perto as movimentações políticas: páreo será decidido numa corrida só. Segundo turno, só em 2016.

SÓ NO DIÁLOGO
Em comunicado, o PT de Limeira reafirma pré-candidatura à Prefeitura e anuncia a criação do Grupo de Interlocução Política, para dialogar com demais lideranças. A falada composição com o PMDB ainda está longe.

PREÇO ALTO
Pejon diz, sem titubear: aeroporto de Limeira é coisa de investimento para mais de R$ 100 milhões.

NO CHÃO
Ainda na aviação: a Laguna Linhas Áreas, que incluiu Limeira nas rotas que pretende operar, segue na fase de burocracia jurídica. E tirou, de seu site, a relação das 96 cidades para onde planeja voar.

PRESÍDIO E VIOLÊNCIA
Reportagem do Estadão relata que o aumento de homicídios em algumas cidades está, entre outros fatores, ligado à presença de presídios de regime fechado ou semiaberto. Limeira receberá um semiaberto. Polêmica é infindável.

CONTRA-ATAQUE
Após duas decisões favoráveis na Justiça, Piuí (ex-PR) já se sente mais vontade para falar sobre integrantes de seu ex-partido e, por meio de requerimento na Câmara, quer remexer detalhes da administração do SAAE, chefiado por Renê Soares, presidente do PR.

OPORTUNIDADE
Conferência Municipal da Juventude, que será realizada no fim do mês, é uma ótima oportunidade para os jovens debaterem políticas públicas voltadas a eles e definir reivindicações e posicionamentos.

DISCURSO ETERNO
Estado já autorizou estudos para a viabilidade de uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) em Limeira. Esse discurso já ouvi dezenas de vezes.