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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Os fracos não têm vez

Artigo publicado na versão impressa da edição de 5 de setembro de 2011:

A reclassificação geopolítica de Limeira, que, numa década, equiparou-se a Rio Claro e, juntamente com Piracicaba, estará na liderança de um conglomerado de cidades planejado pelo Estado, traz um desafio que o próximo prefeito precisa enfrentar e melhorar: o relacionamento político com o Estado e governo federal.

É inacreditável Limeira, prestes a receber uma multinacional das grandes, ser vista de forma tão menor pelos organismos estaduais e federais, que, da noite para o dia, abandonam compromissos para deixar o Município “na mão” com a população que precisa dos serviços.

Tudo diante dos olhos de nossas autoridades, que não conseguem manter relacionamento suficiente para impedir o sucateamento de serviços oferecidos pelo Estado e União.

O mais recente é o Ministério do Trabalho, que deixou de fazer homologações e orientações trabalhistas, em função de corte de custos.

O PAT, criado para intermediar mão de obra, não intermedia porque o governo federal mudou o sistema e o Estado, responsável pela mão de obra, só tem estagiários, que não têm autorização para lidar com o novo sistema.

No caso do AME, o Estado rompeu convênio e limeirenses madrugam para ir a São Paulo, num ônibus da Prefeitura, fazer exames necessários.

Podemos lembrar, também, da Farmácia Popular (governo federal não fazia repasses e a Santa Casa desistiu; não está certo se a Prefeitura vai assumi-la) e do Ambulatório Regional de Especialidades (ARE), onde faltam remédios e já houve intenção do Estado municipalizá-lo.

Não esqueçamos: órgãos estaduais, como polícias e Bombeiros, e do Judiciário, como o Juizado, estão abrigados em prédios municipais. Mas Limeira tem força para discutir estas questões com o Estado e a União?

A falta de força política se vê claramente no caso do Ministério do Trabalho. O comandante do órgão, ministro Carlos Lupi, presidiu o PDT, partido do prefeito Sílvio Félix, de quem é conhecidíssimo e visitou Limeira em 2007. Nem essa proximidade foi suficiente.

No Estado, quem é nosso interlocutor na Assembleia? Qual deputado está insistindo para que o AME, o ARE e o PAT da cidade não sejam sucateados?

Se Limeira é, para o Estado, uma cidade subpolo, passou da hora dele olhá-la como subpolo, e não como “a cidade que já ganhou a Unicamp e não pode pedir mais”.

Quanto à fraqueza política, se sete anos não bastaram, melhor refletirmos bem em 2012.

No mundo político, os fracos não têm vez, mas Limeira não merece tanto descaso e precisa ter força para cobrar, no mínimo, mais respeito do Estado e do governo federal.

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