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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os desafios

Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 6 de agosto de 2012:

A primeira pesquisa de intenções de votos registrada em Limeira, feita pela Gazeta/Limite, cujos primeiros resultados foram divulgados ontem, traz, em seus detalhes, aspectos que sinalizam caminhos que podem ser tomados pelos candidatos a partir deste mês, quando as campanhas e os debates serão intensificados.

Quintal foi quem melhor aproveitou o morno início de campanha. Além de avançar nas intenções de voto, reduziu seu nível de rejeição, dois cenários que não poderiam ser melhores.

Eliseu, aparentemente, não sofreu a queda que muitos esperavam e empata tecnicamente com Quintal.

Hadich manteve bons desempenhos nas faixas onde já ia bem, mas não avançou nos redutos onde os líderes dominam.

Já Kléber, além de uma campanha inicial tímida e com rebeliões internas a domar, viu sua rejeição aumentar e empata tecnicamente com Hadich.

Assim, consolidam-se dois blocos antes da campanha começar para valer. O segundo turno é, ainda, a perspectiva mais real. Os que hoje aparecem à frente precisariam de mais de dez pontos percentuais de votos válidos para tentar levar no primeiro turno, o que parece altamente improvável.

Quintal deve começar o período mais quente de campanha tentando avançar sobre o eleitorado de Eliseu, até pensando num provável segundo turno. Já Eliseu tentará reduzir sua rejeição na faixa mais escolarizada.

Para tentar chegar ao primeiro bloco, Hadich deve apostar na campanha de TV, onde terá o maior tempo de exposição. Mas precisará acelerar a militância nas regiões mais periféricas e populosas da cidade, redutos dos líderes, e se concentrar em quem hoje vota em branco/nulo, cujo perfil se assemelha em muito ao eleitorado que já cativou. Tem a seu favor o menor índice de rejeição entre todos os candidatos.

Kléber viu sua preferência de votos diminuir nas áreas nas quais Quintal e Eliseu dominam. Além de se atentar a essa característica, terá de convencer o eleitorado escolarizado, o que mais lhe rejeita, e acalmar as divisões internas.

Além dos desafios individuais, um outro se impõe, e para todos os candidatos. As intenções de votos brancos ou nulos, em 22%, são altas e, como veremos nas divulgações seguintes, permanecem nos cenários de segundo turno.

Os números indicam que uma parcela expressiva do eleitorado, passados cinco meses do término da crise política que viveu a cidade, ainda se sente desmotivada com os candidatos. Convencê-los a dar um voto válido é um caminho que pode ser decisivo, especialmente se houver o segundo turno.

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