Artigo publicado na versão impressa da edição de 23 de abril de 2012:
Em dezembro de 2006, o anúncio feito pelo então prefeito Silvio Félix da desapropriação de imóveis que funcionavam como prostíbulo na Rua Capitão Bernardes foi um passo inicial para o que se chamou de futura revitalização da região da baixada.
Nos dias seguintes, esta Gazeta foi ouvir os comerciantes de toda aquela região. "Eu acredito que vai melhorar a frequência aqui da rua", disse um dono de estabelecimento comercial, em reportagem publicada em 28 de dezembro daquele ano.
Mais de cinco anos depois, um outro comerciante da região fez um novo relato nesta semana. "Fecho o estabelecimento às 18h. Não fico mais que isso, pois, após esse horário, fica arriscado trabalhar".
Quando os lojistas falam sobre a realidade, parece que dezembro de 2006 foi o mês passado: uso e tráfico de entorpecentes, prostituição, pedintes, mendigos, assaltos, insegurança.
Os cursos d'água que cortam as cidades dão margem para que o Poder Público aproveite este benefício da natureza.
Tem municípios que constroem parques, tem os que estimulam a formação de um polo turístico; outros fomentam o comércio, com restaurantes e lanchonetes.
Todas essas alternativas remontam, além da possibilidade do desenvolvimento econômico, à qualidade de vida, o incentivo ao lazer, a um agradável lugar para usufruto da população.
Em Limeira, parece ocorrer, há décadas, o oposto disso.
Ao longo de toda a passagem do Ribeirão Tatu no trecho urbano, não há um espaço convidativo para a população estar presente.
As vias no entorno foram transformadas em ferramenta para desafogar o trânsito. E só, feitas para que passemos por elas sem ficar nelas - hoje, devido ao histórico mau planejamento viário, é impossível alterar.
No trecho onde há maior possibilidade da população estar presente, no Centro, nem mesmo a implantação do terminal urbano representou mudança significativa.
A insegurança que a Baixada representa hoje se sobrepõe à esperança que depositavam na presença dos frequentadores para espantar a degradação.
Assim como em 2006, projeto de revitalização existe. Mas é só projeto.
Em 2013, assume um novo governo, e ainda não sabemos o que pensam os prefeituráveis a respeito do tema.
E, num exercício de imaginação, fico pensando se, passados mais cinco anos, lá por 2017, quando a Copa e as Olimpíadas brasileiras já serão história, os comerciantes da região da Baixada terão algo de diferente para nos contar, 11 anos depois do anúncio da revitalização.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
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