Artigo publicado na versão impressa da edição de 23 de abril de 2012:
Em dezembro de 2006, o anúncio feito pelo então prefeito Silvio Félix da desapropriação de imóveis que funcionavam como prostíbulo na Rua Capitão Bernardes foi um passo inicial para o que se chamou de futura revitalização da região da baixada.
Nos dias seguintes, esta Gazeta foi ouvir os comerciantes de toda aquela região. "Eu acredito que vai melhorar a frequência aqui da rua", disse um dono de estabelecimento comercial, em reportagem publicada em 28 de dezembro daquele ano.
Mais de cinco anos depois, um outro comerciante da região fez um novo relato nesta semana. "Fecho o estabelecimento às 18h. Não fico mais que isso, pois, após esse horário, fica arriscado trabalhar".
Quando os lojistas falam sobre a realidade, parece que dezembro de 2006 foi o mês passado: uso e tráfico de entorpecentes, prostituição, pedintes, mendigos, assaltos, insegurança.
Os cursos d'água que cortam as cidades dão margem para que o Poder Público aproveite este benefício da natureza.
Tem municípios que constroem parques, tem os que estimulam a formação de um polo turístico; outros fomentam o comércio, com restaurantes e lanchonetes.
Todas essas alternativas remontam, além da possibilidade do desenvolvimento econômico, à qualidade de vida, o incentivo ao lazer, a um agradável lugar para usufruto da população.
Em Limeira, parece ocorrer, há décadas, o oposto disso.
Ao longo de toda a passagem do Ribeirão Tatu no trecho urbano, não há um espaço convidativo para a população estar presente.
As vias no entorno foram transformadas em ferramenta para desafogar o trânsito. E só, feitas para que passemos por elas sem ficar nelas - hoje, devido ao histórico mau planejamento viário, é impossível alterar.
No trecho onde há maior possibilidade da população estar presente, no Centro, nem mesmo a implantação do terminal urbano representou mudança significativa.
A insegurança que a Baixada representa hoje se sobrepõe à esperança que depositavam na presença dos frequentadores para espantar a degradação.
Assim como em 2006, projeto de revitalização existe. Mas é só projeto.
Em 2013, assume um novo governo, e ainda não sabemos o que pensam os prefeituráveis a respeito do tema.
E, num exercício de imaginação, fico pensando se, passados mais cinco anos, lá por 2017, quando a Copa e as Olimpíadas brasileiras já serão história, os comerciantes da região da Baixada terão algo de diferente para nos contar, 11 anos depois do anúncio da revitalização.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Coluna - 18 de abril de 2012
Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 18 de abril de 2012:
NÃO VIERAM
Presentes em Rio Claro, o presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, e o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, não vieram à audiência em Limeira sobre a Aglomeração Urbana de Piracicaba. Mandaram representantes.
AS LÍDERES
Coube ao deputado Roberto Morais abrir a solenidade aqui em Limeira. Roberto tem sua base eleitoral em Piracicaba. Percebe-se que, realmente, Piracicaba e Rio Claro, com a força de seus deputados, vão liderar as discussões na aglomeração.
LUTA
Zovico terá de lutar muito para que Limeira não fique na órbita das duas cidades vizinhas.
SEGUNDO TEMPO
Problemas à vista para Fábio Zuza. O MPF acabou de ajuizar ação civil pública contra o ex-prefeito de Americana, Éric Hetzl Júnior por irregularidades no convênio do programa Segundo Tempo. Em Iracemápolis, a CPI achou problemas e deve pedir devolução de dinheiro da ONG Pra Frente Brasil. E deve acionar o MPF.
AERÓDROMO
Município de Limeira reverteu, em São Paulo, decisão da Justiça de Limeira que havia anulado o decreto que revogou a permissão de uso das dependências do aeródromo pelo Aeroclube de Limeira. Decisão confirmou, mais uma vez, que a Prefeitura tem o direito de usar toda a área.
QUEM DISPUTA QUEM
Migração de votos dos nomes mais lembrados pelos eleitores, publicada pela Gazeta no domingo, confirma que Eliseu, Quintal e Kléber Leite disputam o mesmo perfil de eleitorado. O mesmo ocorre com Paulo Hadich e Mário Botion.
CORRIDA AO 2º TURNO
Com o novo balanço de títulos eleitorais divulgado hoje, o segundo turno está cada vez mais perto. Você, jovem entre 16 e 18 anos, pode participar desse momento histórico na política limeirense ao tirar o título e participar. Aos que precisam regularizar o título, o custo é muito pequeno perto da importância de haver um segundo turno nas eleições de outubro.
NÃO VIERAM
Presentes em Rio Claro, o presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, e o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, não vieram à audiência em Limeira sobre a Aglomeração Urbana de Piracicaba. Mandaram representantes.
AS LÍDERES
Coube ao deputado Roberto Morais abrir a solenidade aqui em Limeira. Roberto tem sua base eleitoral em Piracicaba. Percebe-se que, realmente, Piracicaba e Rio Claro, com a força de seus deputados, vão liderar as discussões na aglomeração.
LUTA
Zovico terá de lutar muito para que Limeira não fique na órbita das duas cidades vizinhas.
SEGUNDO TEMPO
Problemas à vista para Fábio Zuza. O MPF acabou de ajuizar ação civil pública contra o ex-prefeito de Americana, Éric Hetzl Júnior por irregularidades no convênio do programa Segundo Tempo. Em Iracemápolis, a CPI achou problemas e deve pedir devolução de dinheiro da ONG Pra Frente Brasil. E deve acionar o MPF.
AERÓDROMO
Município de Limeira reverteu, em São Paulo, decisão da Justiça de Limeira que havia anulado o decreto que revogou a permissão de uso das dependências do aeródromo pelo Aeroclube de Limeira. Decisão confirmou, mais uma vez, que a Prefeitura tem o direito de usar toda a área.
QUEM DISPUTA QUEM
Migração de votos dos nomes mais lembrados pelos eleitores, publicada pela Gazeta no domingo, confirma que Eliseu, Quintal e Kléber Leite disputam o mesmo perfil de eleitorado. O mesmo ocorre com Paulo Hadich e Mário Botion.
CORRIDA AO 2º TURNO
Com o novo balanço de títulos eleitorais divulgado hoje, o segundo turno está cada vez mais perto. Você, jovem entre 16 e 18 anos, pode participar desse momento histórico na política limeirense ao tirar o título e participar. Aos que precisam regularizar o título, o custo é muito pequeno perto da importância de haver um segundo turno nas eleições de outubro.
Caminho mais seguro
Artigo publicado na versão impressa da edição de 16 de abril de 2012:
Primeiro ato administrativo que vai distinguir o governo de Orlando Zovico do cassado Silvio Félix, a municipalização da merenda, que poupará debates na campanha eleitoral que se avizinha, precisa ser encarada com paciência pelos profissionais da educação, pais e sociedade em geral.
O processo de terceirização, em si, não deve ser abominado e execrado. Há inúmeros exemplos de sucesso quando alguns setores são repassados pelo Estado para a iniciativa privada cuidar.
No caso da merenda, havia algumas vantagens, que foram relatadas pelas profissionais da educação nos últimos anos, como a rápida substituição de uma merendeira que se ausentava - quando a profissional era da Prefeitura, uma ausência era suprida de forma improvisada.
No entanto, a realidade prática cansou de exibir, nos últimos anos, situações abomináveis.
Há pelo menos quatro anos, sabe-se que um cartel de empresas domina o mercado da merenda escolar por meio de corrupção, licitações fraudulentas e outros crimes mais, como demonstram as ações movidas pelo Ministério Público (MP) na Justiça.
Além disso, também há anos pululam reclamações, especialmente em Limeira, sobre a má qualidade da refeição servida e os constantes desabastecimentos.
Evidente que problemas pontuais podem acontecer, como deverá acontecer quando a merenda estiver municipalizada, mas os gastos milionários feitos pelo poder público municipal nos últimos anos exigiam cobranças mais justas sobre as falhas no fornecimento.
O que se viu, no entanto, foi uma administração defendendo mais um sistema do que as crianças que recebiam sebo falseado de carne. Mais lamentável, ainda, foi o Poder Legislativo, em especial a base aliada do governo Félix, corroborando, numa CPI, esta realidade hoje desnudada e vista, publicamente, como improrrogável.
O processo de municipalização não é simples.
Não acabará, em definitivo, com os problemas do setor.
Exigirá paciência de diretores, supervisores, professores e pais.
Voltará a trazer às escolas uma preocupação que, nos últimos anos, era de responsabilidade de um fornecedor pago para aquilo.
Alguns problemas vistos na terceirização podem ocorrer, também, na municipalização, mas a medida anunciada por Zovico mostra-se o caminho mais seguro para que o dinheiro público seja melhor administrado longe de suspeitas de corrupção e, principalmente, para que os pais tenham mais confiança na alimentação que os filhos recebem.
Primeiro ato administrativo que vai distinguir o governo de Orlando Zovico do cassado Silvio Félix, a municipalização da merenda, que poupará debates na campanha eleitoral que se avizinha, precisa ser encarada com paciência pelos profissionais da educação, pais e sociedade em geral.
O processo de terceirização, em si, não deve ser abominado e execrado. Há inúmeros exemplos de sucesso quando alguns setores são repassados pelo Estado para a iniciativa privada cuidar.
No caso da merenda, havia algumas vantagens, que foram relatadas pelas profissionais da educação nos últimos anos, como a rápida substituição de uma merendeira que se ausentava - quando a profissional era da Prefeitura, uma ausência era suprida de forma improvisada.
No entanto, a realidade prática cansou de exibir, nos últimos anos, situações abomináveis.
Há pelo menos quatro anos, sabe-se que um cartel de empresas domina o mercado da merenda escolar por meio de corrupção, licitações fraudulentas e outros crimes mais, como demonstram as ações movidas pelo Ministério Público (MP) na Justiça.
Além disso, também há anos pululam reclamações, especialmente em Limeira, sobre a má qualidade da refeição servida e os constantes desabastecimentos.
Evidente que problemas pontuais podem acontecer, como deverá acontecer quando a merenda estiver municipalizada, mas os gastos milionários feitos pelo poder público municipal nos últimos anos exigiam cobranças mais justas sobre as falhas no fornecimento.
O que se viu, no entanto, foi uma administração defendendo mais um sistema do que as crianças que recebiam sebo falseado de carne. Mais lamentável, ainda, foi o Poder Legislativo, em especial a base aliada do governo Félix, corroborando, numa CPI, esta realidade hoje desnudada e vista, publicamente, como improrrogável.
O processo de municipalização não é simples.
Não acabará, em definitivo, com os problemas do setor.
Exigirá paciência de diretores, supervisores, professores e pais.
Voltará a trazer às escolas uma preocupação que, nos últimos anos, era de responsabilidade de um fornecedor pago para aquilo.
Alguns problemas vistos na terceirização podem ocorrer, também, na municipalização, mas a medida anunciada por Zovico mostra-se o caminho mais seguro para que o dinheiro público seja melhor administrado longe de suspeitas de corrupção e, principalmente, para que os pais tenham mais confiança na alimentação que os filhos recebem.
Coluna - 11 de abril de 2012
Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 11 de abril de 2012:
ÚLTIMA INSTÂNCIA
Prefeito cassado Silvio Félix ainda não desistiu de ter acesso amplo e ilimitado às investigações do MP. Após perder no TJ e no STJ, ele foi até o Supremo Tribunal Federal (STF), última instância do Judiciário. Ministro Joaquim Barbosa, relator, vai analisar se concede ou não a liminar.
VIGILÂNCIA
Opositores ao extinto governo Félix monitoram os passos da articulação que quer levar, em caso de renúncia de Elza à presidência, Silvio Brito ao posto de comandante da Casa. Barulho já começou nas redes sociais.
FALTA POUCO E MUDA MUITO
Após a primeira pesquisa eleitoral, a expectativa, agora, no meio político é a definição da possibilidade do segundo turno. Falta muito pouco para o colégio de 200 mil, como a Gazeta mostrou ontem. E muda muito as composições para o pleito.
TRABALHO
Os 65,3% de preferência do limeirense por turno único mostra que, para a maioria, infelizmente, o ato de votar é visto como algo que dá trabalho. Se o voto não fosse obrigatório, o panorama poderia ser outro.
MUITO ANDARILHO
Moradores das imediações da Praça Dr. Luciano Esteves reclamam da excessiva presença no local de andarilhos, que dormem nos bancos e na grama em pleno dia. Cobram ação para que a praça fique mais convidativa para o passeio.
PRESENÇA
Na primeira audiência para debater a criação da Aglomeração Urbana de Piracicaba, ocorrida anteontem em Rio Claro, participaram o presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, e o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido. Na sexta-feira, será a vez de Limeira.
ÚLTIMA INSTÂNCIA
Prefeito cassado Silvio Félix ainda não desistiu de ter acesso amplo e ilimitado às investigações do MP. Após perder no TJ e no STJ, ele foi até o Supremo Tribunal Federal (STF), última instância do Judiciário. Ministro Joaquim Barbosa, relator, vai analisar se concede ou não a liminar.
VIGILÂNCIA
Opositores ao extinto governo Félix monitoram os passos da articulação que quer levar, em caso de renúncia de Elza à presidência, Silvio Brito ao posto de comandante da Casa. Barulho já começou nas redes sociais.
FALTA POUCO E MUDA MUITO
Após a primeira pesquisa eleitoral, a expectativa, agora, no meio político é a definição da possibilidade do segundo turno. Falta muito pouco para o colégio de 200 mil, como a Gazeta mostrou ontem. E muda muito as composições para o pleito.
TRABALHO
Os 65,3% de preferência do limeirense por turno único mostra que, para a maioria, infelizmente, o ato de votar é visto como algo que dá trabalho. Se o voto não fosse obrigatório, o panorama poderia ser outro.
MUITO ANDARILHO
Moradores das imediações da Praça Dr. Luciano Esteves reclamam da excessiva presença no local de andarilhos, que dormem nos bancos e na grama em pleno dia. Cobram ação para que a praça fique mais convidativa para o passeio.
PRESENÇA
Na primeira audiência para debater a criação da Aglomeração Urbana de Piracicaba, ocorrida anteontem em Rio Claro, participaram o presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, e o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido. Na sexta-feira, será a vez de Limeira.
Desilusões políticas
Artigo publicado na versão impressa da edição de 9 de abril de 2012:
A queda do senador Demóstenes Torres é emblemática.
Para quem não se lembra, Demóstenes foi, nos últimos anos, um dos mais ferrenhos combatentes (no discurso) da corrupção no Congresso. Ele foi o relator do projeto Ficha Limpa na mais importante comissão interna do Senado, e lutou para que a medida fosse implantada com o maior rigor possível para o mau político.
Há pouco mais de um mês, foram descobertas suas ligações com uma quadrilha de contraventores e sua carreira política ruiu. Coisas do destino: deverá sofrer as punições pelas quais lutou para que fossem implantadas.
Não é uma queda simples e Nelson Motta, em seu artigo em "O Globo", resumiu bem o que ela representou: "Sua desmoralização reforça a crença nefasta de que os políticos são todos iguais e provoca irreparável desilusão no eleitorado. E júbilo entre mensaleiros e aloprados".
Acusados de envolvimento em ilícitos que sofreram com o discurso implacável de Demóstenes comemoram o nivelamento, infelizmente, por baixo, da situação.
Nelson Motta, em outro trecho de seu memorável artigo, lembra que quem vai julgar Demóstenes no Conselho de Ética (?) do Senado são os "nobres" Renan Calheiros, Romero Jucá, Lobão Filho, entre outros. Estamos em boas mãos, não?
Esse cenário de desconfiança nacional em políticos se desdobra, também, em Limeira.
A cidade acabou de encerrar um período único - ruim, por um lado, por toda exposição negativa do município; bom, de outro ponto de vista, se considerarmos a unidade histórica de segmentos da sociedade -, em que o assunto "política" foi o mais comentado por pelo menos três meses.
Na pesquisa estimulada feita pela Gazeta/Limite, os votos brancos/nulos (18,5%) estão na ponta, num empate técnico com outros três candidatos.
No cenário estimulado, há candidatos de todas as vertentes: há quem sempre foi oposição a Félix, quem participou do processo de cassação na Câmara, quem esteve com ele por muito tempo e depois rompeu, e há quem ficou com ele até o fim.
Mesmo assim, a rejeição da população aos nomes que aí estão é elevada. Os 32% de intenções de votos a qualquer outro vereador que não sejam os atuais é outro indício de que o eleitor local não está contente com o nível atual.
Se o caso Demóstenes reflete bem o nível de desilusão do brasileiro em relação a político, resta uma lição: a vigilância eterna do eleitor deve ser feita com todos, a todo momento. Aos políticos, fica outra lição, também demonstrada pelo eleitor limeirense: a tolerância está cada vez menor.
A queda do senador Demóstenes Torres é emblemática.
Para quem não se lembra, Demóstenes foi, nos últimos anos, um dos mais ferrenhos combatentes (no discurso) da corrupção no Congresso. Ele foi o relator do projeto Ficha Limpa na mais importante comissão interna do Senado, e lutou para que a medida fosse implantada com o maior rigor possível para o mau político.
Há pouco mais de um mês, foram descobertas suas ligações com uma quadrilha de contraventores e sua carreira política ruiu. Coisas do destino: deverá sofrer as punições pelas quais lutou para que fossem implantadas.
Não é uma queda simples e Nelson Motta, em seu artigo em "O Globo", resumiu bem o que ela representou: "Sua desmoralização reforça a crença nefasta de que os políticos são todos iguais e provoca irreparável desilusão no eleitorado. E júbilo entre mensaleiros e aloprados".
Acusados de envolvimento em ilícitos que sofreram com o discurso implacável de Demóstenes comemoram o nivelamento, infelizmente, por baixo, da situação.
Nelson Motta, em outro trecho de seu memorável artigo, lembra que quem vai julgar Demóstenes no Conselho de Ética (?) do Senado são os "nobres" Renan Calheiros, Romero Jucá, Lobão Filho, entre outros. Estamos em boas mãos, não?
Esse cenário de desconfiança nacional em políticos se desdobra, também, em Limeira.
A cidade acabou de encerrar um período único - ruim, por um lado, por toda exposição negativa do município; bom, de outro ponto de vista, se considerarmos a unidade histórica de segmentos da sociedade -, em que o assunto "política" foi o mais comentado por pelo menos três meses.
Na pesquisa estimulada feita pela Gazeta/Limite, os votos brancos/nulos (18,5%) estão na ponta, num empate técnico com outros três candidatos.
No cenário estimulado, há candidatos de todas as vertentes: há quem sempre foi oposição a Félix, quem participou do processo de cassação na Câmara, quem esteve com ele por muito tempo e depois rompeu, e há quem ficou com ele até o fim.
Mesmo assim, a rejeição da população aos nomes que aí estão é elevada. Os 32% de intenções de votos a qualquer outro vereador que não sejam os atuais é outro indício de que o eleitor local não está contente com o nível atual.
Se o caso Demóstenes reflete bem o nível de desilusão do brasileiro em relação a político, resta uma lição: a vigilância eterna do eleitor deve ser feita com todos, a todo momento. Aos políticos, fica outra lição, também demonstrada pelo eleitor limeirense: a tolerância está cada vez menor.
Coluna - 4 de abril de 2012
Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 4 de abril de 2012:
AINDA É CEDO
Resultados da pesquisa eleitoral de domingo animaram a maioria dos pré-candidatos. Mas eles reconhecem: ainda é muito cedo.
DESINTERESSE
Um ponto bem nítido: a eleição não está na cabeça do limeirense ainda. E todo o processo político que a cidade viveu nos últimos meses o fez distanciar mais ainda sobre o assunto eleição.
COMO SERÁ
O que resta saber de todo o conflito na área de educação é como se comportarão, no dia a dia da escola, diretores e professores, dois personagens fundamentais numa instituição educacional.
NÃO DUROU
Com a saída de Montesano ontem, nenhum secretário que iniciou o governo Félix terá completado oito anos na mesma pasta, tempo concedido nas urnas ao pedetista, que teve o mandato abreviado em fevereiro.
AS VOLTAS DO MUNDO
Jornalista Josias de Souza observou: senador Demóstenes Torres, outrora voz contra a corrupção, hoje amigão de um contraventor, foi o relator da Lei Ficha Limpa na CCJ no Senado. Defendeu-a tanto para combater os corruptos que, se renunciar agora ao mandato, pode ficar inelegível até 2027. E, vejam, pode voltar a ser promotor de Justiça.
REITERADO
Genivaldo Marques dos Santos, delator da merenda, já depôs no processo da Unifarma. Reiterou o que já tinha dito: que a empresa pertence ao mesmo dono da SP Alimentação.
MAIS DEPOIMENTOS
MP eleitoral solicitou a realização de mais oitivas nos processos em que as cadeiras dos vereadores Mário Botion e João Alberto dos Santos são pedidas na Justiça.
ASSIDUIDADE
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, o deputado Otoniel Lima compareceu em 103 dos 107 dias de sessão na Câmara dos Deputados em 2011. Suas 4 faltas foram justificadas.
AINDA É CEDO
Resultados da pesquisa eleitoral de domingo animaram a maioria dos pré-candidatos. Mas eles reconhecem: ainda é muito cedo.
DESINTERESSE
Um ponto bem nítido: a eleição não está na cabeça do limeirense ainda. E todo o processo político que a cidade viveu nos últimos meses o fez distanciar mais ainda sobre o assunto eleição.
COMO SERÁ
O que resta saber de todo o conflito na área de educação é como se comportarão, no dia a dia da escola, diretores e professores, dois personagens fundamentais numa instituição educacional.
NÃO DUROU
Com a saída de Montesano ontem, nenhum secretário que iniciou o governo Félix terá completado oito anos na mesma pasta, tempo concedido nas urnas ao pedetista, que teve o mandato abreviado em fevereiro.
AS VOLTAS DO MUNDO
Jornalista Josias de Souza observou: senador Demóstenes Torres, outrora voz contra a corrupção, hoje amigão de um contraventor, foi o relator da Lei Ficha Limpa na CCJ no Senado. Defendeu-a tanto para combater os corruptos que, se renunciar agora ao mandato, pode ficar inelegível até 2027. E, vejam, pode voltar a ser promotor de Justiça.
REITERADO
Genivaldo Marques dos Santos, delator da merenda, já depôs no processo da Unifarma. Reiterou o que já tinha dito: que a empresa pertence ao mesmo dono da SP Alimentação.
MAIS DEPOIMENTOS
MP eleitoral solicitou a realização de mais oitivas nos processos em que as cadeiras dos vereadores Mário Botion e João Alberto dos Santos são pedidas na Justiça.
ASSIDUIDADE
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, o deputado Otoniel Lima compareceu em 103 dos 107 dias de sessão na Câmara dos Deputados em 2011. Suas 4 faltas foram justificadas.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Chance para todos
Artigo publicado na versão impressa da edição de 2 de abril de 2012:
Os primeiros resultados da pesquisa Gazeta/Limite para as eleições municipais, publicados ontem, deixam uma única certeza: faltando quase seis meses para o pleito e a indefinição sobre a existência do segundo turno, a corrida pelo Edifício Prada está absolutamente aberta.
Há três blocos distintos, conforme os resultados ante a pesquisa estimulada, de acordo com as pré-candidaturas já definidas.
Eliseu e Quintal estão na ponta, já foram testados várias vezes nas urnas e, em função das atividades profissionais de cada um, marcam presença constante na mídia - por serem mais conhecidos, também naturalmente possuem rejeição maior.
Hadich e Kléber Leite formam uma espécie de bloco intermediário, enquanto Bastelli, Botion, Lima do INSS, Renê Soares e Ítalo Ponzo compõe um terceiro bloco - menos lembrados, porém, com os menores índices de rejeição, o que permite mais crescimento. E ainda há o alto índice de intenções de votos em branco ou nulo (18,5%).
Pedrinho, empatado no extremo da margem de erro com Eliseu e no meio termo entre o primeiro e o segundo bloco, terá um papel decisivo na campanha.
É uma incógnita suas condições de elegibilidade. Ele e o partido garantem não haver problemas, mas, mantida a postulação, Pedrinho sofrerá impugnações e sua candidatura pode ficar sub judice por toda a campanha.
Ele parece estar disposto a enfrentar isto. Caso saia, seu eleitorado se divide e, numa corrida tão apertada quanto se avizinha, pode desequilibrar.
Se a corrida for mesmo em primeiro turno, fica claro, com esses resultados iniciais, que PT-PMDB-PSB, alinhados na oposição na Câmara ao governo Félix e que tiveram desempenhos decisivos na cassação, tiram votos uns dos outros, se mantidas as postulações.
Uma possível coligação dos partidos pode firmar um candidato para enfrentar Eliseu e Quintal, cujas candidaturas parecem consolidadas. Os três partidos têm outro dado em comum: seus pré-candidatos têm os menores índices de rejeição.
Se houver a possibilidade do segundo turno - para tanto, Limeira precisa alcançar o colégio de 200 mil eleitores até 7 de maio -, a corrida eleitoral fica mais imprevisível ainda, pois haveria espaço para o fortalecimento de muitos pré-candidatos.
Por isso, composições só devem ser discutidas após esta definição.
Até lá, e com os resultados dessa pesquisa, cujos demais detalhes serão divulgados nas próximas semanas, ficará a expectativa de uma corrida em que todos - uns mais, outros menos - parecem ter chances de competir.
Coluna - 28 de março de 2012
Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 28 de março de 2012:
BOM E RUIM
Zovico está distante dos vereadores. Isso é bom porque respeita-se a independência dos poderes. Mas é ruim, ao menos neste caso dos servidores, já que a bomba estourou para os vereadores resolverem, e o impasse envolve diretamente o Executivo.
QUEM É QUEM
Passado um mês da efetiva administração Zovico, ele não tem um líder na Câmara. E é difícil discernir, também, quem é situação e quem é oposição.
DANOS IMPREVISÍVEIS
Ainda não é possível dizer o que a briga entre Sindsel e Apeoesp causará no PT local, partido que está no comando dos dois sindicatos.
ACRÉSCIMOS
Projeto que cria o Aglomerado Urbano de Piracicaba, que começou a tramitar na Assembleia Legislativa, já recebeu pelo menos duas emendas.
BANIDAS OU NÃO?
Em 1995, torcidas organizadas de São Paulo foram extintas, após briga com morte de torcedor. Em 2012, a FPF voltou a proibi-las de entrar no estádio, após morte de torcedor. É preciso decidir: ou acabam com elas, ou parem de revestir de verniz medidas feitas no calor dos fatos, mas que, mais tarde, são revogadas.
RECEBIDO
Domingos Furgione Filho (Turismo) nos encaminhou cópia do comprovante de recebimento, por parte do Ministério do Turismo, da prestação de contas referente ao convênio que deu R$ 300 mil para o Município fazer a Festa da Laranja.
RETIFICAÇÃO
Furgione ficou surpreso com a informação de que o Portal da Transparência registra que o governo federal ainda aguarda a prestação de contas e fará contato para retificação do dado.
Saudações ao "jeitinho"
Artigo publicado na versão impressa da edição de 26 de março de 2012:
Receber um evento da magnitude da Copa do Mundo é uma oportunidade de ouro, para qualquer país.
Para uma nação emergente, os benefícios que se vislumbram são maiores ainda, especialmente no campo econômico e no desenvolvimento do turismo. Mas, faltando pouco mais de dois anos da Copa brasileira, a sensação é a de que o trem está passando e a plataforma está próxima do final.
Os megaprojetos de mobilidade urbana, principalmente em São Paulo, continuam na fase de... megaprojetos.
O trem-bala, saudado em 2007 como a grande obra para a Copa, não deve ficar pronto nem para os Jogos Olímpicos em 2016, e já fala-se em deixar para a década de 20 - além de a viabilidade econômica ainda ser questionável, passado tanto tempo de debate. Na questão dos aeroportos, muito se fala e poucos foram os avanços.
Dos 12 estádios, só três devem ficar prontos para a Copa das Confederações de 2013, o torneio que é considerado o teste final do país para o evento.
Se isso se confirmar, o teste será feito em apenas 25% das sedes. É muito pouco.
Paralelamente, a Rússia, país da Copa em 2018, já definirá até o final deste ano suas sedes. Proporcionalmente, está mais avançado e recebe mais elogios da Fifa do que o Brasil.
A imagem do país quanto à capacidade de organização se definha aos olhos da comunidade internacional, numa oportunidade fantástica que o país tinha justamente de provar o contrário, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, trata de piorar a situação, num momento em que deveria fazer, também, o contrário.
Destrambelhadamente, ele saúda o nosso "jeitinho" à comunidade internacional: "O brasileiro tem um jeito próprio de organizar. Também temos os nossos problemas civilizatórios. Um deles é o do atraso, é uma coisa da nossa cultura, mas tudo funciona".
Num país em que o planejamento é levado a sério, ele seria demitido na hora.
Enquanto vamos mal em organização, o país dá exemplos de que não sabe resolver outros problemas internos no futebol. Uma ideia esdrúxula está prestes a ser posta em prática.
Como o Estado não é capaz de oferecer segurança de modo a impedir que um torcedor seja morto por outro rival, muito menos de levar os bandidos do futebol a punições exemplares e ao banimento do esporte, faz-se o mais fácil, com todas as características de improvisações: em Campinas, Ponte Preta e Guarani estão se acertando para que os próximos dérbis tenham torcida única.
Se isso ocorrer, a vitória é dos bandidos travestidos de torcedor, e o punido é o torcedor verdadeiro, que se vê impedido de levar a família para um entretenimento.
É o jeitinho brasileiro. Mas tudo funciona.
Coluna - 21 de março de 2012
Coluna do jornalista publicada na versão impressa da edição de 21 de março de 2012:
TRANSPORTE REGIONAL
Com a criação do Aglomerado Urbano de Piracicaba, da qual Limeira, Iracemápolis e Cordeirópolis farão parte, o planejamento do transporte coletivo de passageiros, em caráter regional, será feito pelo Estado, em conjunto com os municípios. O sistema será operado pelo governo estadual, mediante concessão ou permissão.
QUEM ENTENDE?
Bozzi, enquanto secretário da Fazenda, diz que outro funcionário tem mais propriedade para falar sobre gestão fiscal. Então o que ele fazia como secretário?
MAL CUIDADA
Cidade voltou a ter vários pontos com mato alto, especialmente em áreas públicas. E olha que não há nem chuva para culpar.
NA ESPERA
Partidos políticos devem esperar a definição quanto ao segundo turno em Limeira para conversas sobre alianças.
SEGUNDA OFENSIVA
Além de um pedido de indenização, o advogado José Henrique Pilon ajuizou queixa-crime contra o presidente em exercício da Câmara, Raul Nilsen Filho, por conta das denúncias de extorsão.
LEMBRANÇA
Lotação dos servidores da educação na Câmara, anteontem, lembrou o público presente na sessão de cassação de Félix. Plenário do Legislativo voltou a ser lembrado como palco para debates, o que é bom.
FESTA SEM PRESTAÇÃO
Prefeitura realizou, em dezembro de 2009, a Festa da Laranja e recebeu, para tanto, R$ 300 mil do Ministério do Turismo. O governo federal, entretanto, aguarda até hoje a prestação de contas desse convênio.
COMBATE
Lembrando que, neste ano, Ministério Público Federal prepara ações na Justiça contra mau uso de recursos do Ministério do Turismo em festas no interior do País. Na região de Jales, 31 ações de improbidade foram ajuizadas de uma só vez.
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