Artigo publicado na versão impressa da edição de 13 de fevereiro de 2012:
Algo diferente acontece em Limeira.
E, diferentemente do que muitos possam pensar, as reações após as turbulências políticas surgidas no final do ano passado não são um ponto isolado ou inicial, sob motivações.
Estas podem até existir em alguns, são compreensíveis e cabíveis quanto ao aspecto político, mas não explicam totalmente um comportamento que ficou consolidado no ano de 2011 na cidade e, oxalá, dure por tempo indeterminado.
A união dos empresários do polo de joias da Avenida Marechal Costa e Silva, na semana passada, é o exemplo mais recente.
Seja por intermédio de vereadores, secretários municipais, fóruns ou da imprensa, os limeirenses parecem ter redescoberto, mesmo de forma embrionária, a força de se pleitear necessidades em conjunto.
Para ficar em outros exemplos recentes, lembro do caso da Rua Tiradentes, onde a manifestação conjunta fez a Prefeitura alterar seus planos - nos últimos dias, os comerciantes, ainda insatisfeitos com mudanças que lhe prejudicaram, voltaram a expor seus problemas por meio deste jornal.
Outro exemplo foi a união de pessoas com deficiências para propor melhorias no transporte coletivo.
A Prefeitura já começou a dar ouvidos, tomar providências, e sabe que será cobrada. Ainda em 2011, fóruns tiveram significativa repercussão, como a Promotoria Comunitária e a unidade central do Conselho Comunitário de Segurança, debatendo vários aspectos da cidade.
É uma questão de oferecer à população canais para que ela possa fazer pleitos.
Neste sentido, dois retrocessos como registro: o fim da Câmara Itinerante e o silêncio do Fórum Empresarial.
Respeito o debate saudável sobre a criação das administrações regionais, que pode ocorrer no processo eleitoral deste ano, mas penso que instituí-las seria estimular o surgimento de minirrepartições com a mesma, embora menor, centralização que há na Prefeitura hoje.
Mais salutar seria estimular o fortalecimento das associações de bairro, dos fóruns, conselhos municipais, permitindo que os diversos agrupamentos da sociedade façam seus pedidos, troquem ideias e sugestões.
Em 2011, os limeirenses deram mostra de que, havendo condições e quem os ouça, há disposição para o pleito comum.
As atuais mobilizações políticas, com participação, inclusive de associações civis, são só um reflexo de algo natural que começou antes mesmo das revelações em torno da família Félix. É uma mudança de comportamento, que pode ser aprimorada, mas nunca desestimulada.
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