Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 26 de outubro de 2009:
Com lucros exorbitantes nas últimas décadas, especialmente nos anos do governo do presidente Lula, os bancos, de uma forma geral, insistem em descumprir um dos pilares mais básicos de qualquer atividade comercial: o atendimento rápido e eficaz ao cliente.
Na semana passada, a Justiça Federal determinou que bancos de 11 cidades da região de São Carlos atendam os clientes em um prazo máximo de 15 minutos em dias-úteis.
A mesma instância em Piracicaba analisa, há três anos, ação civil pública movida pela ONG Defende que cobra o cumprimento da lei municipal limeirense que estipula máximo de 20 minutos de espera em dias normais e até 40 em véspera ou após feriados prolongados.
Balanço divulgado pela Prefeitura no mês passado apontou 89 autuações em 19 agências bancárias da cidade – número deve estar maior agora. A fiscalização sem autuação atingia o dobro de casos. Situações que mostram como os bancos, inexplicavelmente, estão despreocupados em atender a lei e o cliente.
Sempre me irritou o fato de os bancos só atenderem o público em Limeira a partir das 10h30, horário em que a grande maioria dos trabalhadores está há horas na labuta.
Isso não seria tão problema se o atendimento se estendesse até mais tarde, o que não ocorre, já que os bancos fecham às 16h. Também não seria problema se houvesse funcionários e estrutura capazes de oferecer um atendimento rápido.
Mas não.
Como a maioria só tem a hora “sagrada” do almoço para escapar do trabalho e ir fazer os serviços bancários, as filas se avolumam no horário de pico, gerando o descumprimento da lei e irritação dos usuários.
Não é só no atendimento ao público que os bancos deixam a desejar.
No último dia 16, a Gazeta mostrou que, passados dois meses da fase de adaptação concedida pela Prefeitura, a maioria das agências bancárias de Limeira não cumpriu a lei municipal que as obriga a instalar câmeras de segurança na área externa, medida pensada para ajudar a inibir as famosas “saidinhas bancárias”, nova praga da insegurança urbana.
Também não é por acaso que os bancos aparecem sempre com destaque nas listas de reclamações no Procon.
Há, na verdade, uma luta solitária das entidades de defesa do consumidor na cobrança aos bancos.
Passou da hora de os governantes agirem com maior pulso e exigirem melhorias palpáveis das instituições financeiras quanto ao atendimento ao público e às leis vigentes.
Dinheiro, tenho certeza, é o que não falta para aprimorar a infraestrutura.
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