Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 19 de outubro de 2009:
Não faltaram nas últimas semanas situações que mostram como o pensar em si mesmo, especialmente na gestão pública, se sobrepõe impiedosamente sobre o bem estar comunitário e fico a matutar se é possível mudarmos esse comportamento a curto prazo.
Num mau exemplo que vem de cima, o governo federal tentou segurar - recuou depois - a devolução do Imposto de Renda (IR) aos contribuintes, com o objetivo de fazer caixa como forma de cobertura à queda de arrecadação.
O povo, que paga no tempo determinado e tem o direito de receber o que entregou a mais, é quem fica sem o dinheiro.
Duas greves, que acontecem todos os anos em fins de setembro, parecem sincronizadas para torturar o cidadão.
Carteiros param, e contas chegam atrasadas. Quando vêm, o contribuinte vai ao banco e não tem atendimento porque tudo está parado. Quem trabalha já tem pouco tempo para escapar e ir pagar uma conta. Mais: lotéricas evitam receber cheques.
Em Limeira, na última sexta-feira, sabe-se lá quem teve a brilhante ideia de adiantar uma obra na Rua Boa Morte em pleno final de tarde, horário de pico na região central.
Resultado: congestionamento e irritação para o motorista.
Para completar a semana, um novo reajuste é anunciado para a tarifa de ônibus, sem que nenhum aprimoramento substancial tenha sido feito para melhorar o precário transporte coletivo de Limeira, que continua tendo linhas passando de 40 a 50 minutos em alguns bairros, para irritação da população. Quem paga?
Quem lida com o grande público precisa estar preparado para a função, e saber que toda decisão tomada implica em alterar a rotina de milhares de cidadãos.
Porém, cada vez mais permanece a impressão de que há um comportamento generalizadamente voltado para atender ao próprio umbigo e esquecer os demais. Nem preciso citar o Congresso, descalabro máximo de legislação em causa própria.
Sugiro que as escolas incentivem, desde cedo, o exercício de atividades que explorem ao máximo o pensamento comunitário.
A cultura do pensar em si mesmo é nociva, principalmente na gestão pública, que, por natureza, deveria priorizar o coletivo.
Hoje, o povo está, infelizmente, em último lugar!
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