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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Questão de educação

Artigo publicado na versão impressa da edição de 8 de agosto de 2011:

Quem percorre algumas praças no Centro de Limeira no início da noite - após dias movimentados no fluxo de pedestres - consegue ter noção de quanto anda o nível de preocupação dos limeirenses com a destinação do lixo.

Exemplo: observem como ficam os canteiros das árvores da praça da Catedral após um dia intenso. Há de tudo o que imaginar e causa péssima impressão para quem vê, especialmente visitantes.

Na sexta-feira, muitas pessoas receberam com ironia a proposta, ainda em gestação, do prefeito Silvio Félix, de dar desconto no IPTU àqueles que mantiverem limpa a frente das casas.

Por ora, a ideia bruta soa impraticável, dado o reduzido número de fiscais, dificuldade de estabelecer critérios justos de avaliação, entre outros apontamentos pertinentes (como ficam os imóveis em prédios e condomínios?).

Não vou discutir o mérito da proposta, mas a intenção: fazer com que as pessoas não fiquem somente deitadas em berço esplêndido à espera do Poder Público, mas que participem do processo de melhoria do ambiente onde vivem.

A Prefeitura sabe, e o secretário Celso Gonçalves admite, que a execução do projeto depende de uma mudança de comportamento dos limeirenses. É nisso que quero me ater neste espaço.

Manter limpa a própria calçada não deveria ser objeto de lei. É questão de educação.

Assim como a lei criada no ano passado para punir quem joga lixo na rua. Está em vigor desde junho de 2010, mas quantos, numa rápida pesquisa informal na cidade, saberão que ela existe?

Os canteiros da Catedral exibem o tamanho da conscientização do limeirense sobre essa legislação.

Dirão alguns que a varrição é obrigação da Prefeitura, assim como a imundície nas ruas é resultado da falta de lixeiras disponíveis.

O Poder Público tem, sim, que facilitar, mas tanto o ato de jogar papel na rua quanto o de manter limpa e em estado regular sua calçada é, antes de tudo, uma decisão individual, não governamental.

Da mesma forma, é injusto criticar só a Prefeitura pela epidemia de dengue deste ano (2,1 mil casos) pelo fato de não haver agentes suficientes - em outros anos, o número também não era o ideal, mas não houve explosão como agora. Dados mostram que a confirmação dos casos aumenta após feriados prolongados. É o Poder Público que passa dias fora de casa? Não é.

O limeirense não pode nunca deixar de cobrar o Poder Público, mas precisa, nas mais variadas formas que abordei, ajudá-lo. É fazer sua parte. Simples, não é? Nós é que complicamos.

1 comentários:

Anônimo disse...

Queria dar os parabéns pelo artigo feito para a edição do dia 8 de agosto e pedir para que essa tecla fosse batida com maior frequência, pois com uma população cada vez mais atuante e compromissada com essas pequenas - mas de extrema importância - atitudes, o Poder Público terá que se fazer cada vez mais presente para convencer a população de seus feitos. Parabéns Rafael.