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segunda-feira, 14 de março de 2011

De volta à comunidade

Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 14 de março de 2011:

O tema da Campanha da Fraternidade proposto pela Igreja Católica neste ano, sobre a vida no planeta, vem num momento oportuno, principalmente para reflexão sobre problemas ambientais em Limeira.

Mal acabou de sair da entrevista em que a Diocese abriu a campanha em nossa cidade, a Gazeta flagrou lixos orgânicos, roupas e móveis, um cheiro insuportável, às margens de uma estrada rural, imagem que estampou a mesma reportagem.

Nas últimas semanas, a situação dos ecopontos deixou de ser absurda para se transformar em algo fora dos padrões de admissibilidade.

A repórter Renata Reis tem buscado mostrar às autoridades e à população os riscos à saúde que esses lixões a céu aberto representam. E não adianta: mesmo com os alertas, passam semanas e os locais permanecem sem fiscalização por parte da Prefeitura e continuam a receber resíduos impróprios despejados por uma parcela da população que não se preocupa com as consequências desse ato, por ignorância ou má vontade mesmo.

Como tudo em Limeira, esse assunto acabou no Ministério Público, quando, na verdade, deveria ser resolvido nas comunidades.

A promotoria é um importante agente da garantia da aplicação da lei, mas, em Limeira, a inércia da sociedade civil em dialogar e agir conjuntamente faz tudo cair em inquéritos, TACs e, em muitos casos, ações civis, depois tachadas, injustamente, de polêmicas, mas que buscam a garantia de direitos na esfera judicial.

O problema dos lixões improvisados e ecopontos pavorosos é da comunidade. Sem forte conscientização, e punição para os que insistem em não se enquadrar às regras, até o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, defensor contumaz do meio ambiente, “enxugará gelo”.

É um trabalho a longo prazo, que envolve atividades específicas em escolas, centros comunitários, associações de bairro, representantes do comércio, de empresas, órgãos estaduais e municipais, enfim, nas comunidades.

As instituições religiosas - a Diocese é uma entre várias - podem ajudá-las nos debates, e este é o grande trunfo do tema escolhido para a Campanha da Fraternidade de 2011: levar a questão do meio ambiente de volta à comunidade.

Problema que está nela e depende de atitude dela para mudar. É um desafio que independe de crença religiosa.

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