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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Preço de metrô, serviço retrô

Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 14 de fevereiro de 2011:

Criticar o transporte coletivo de Limeira ficou tão comum que parece obviedade fazê-lo.

Os leitores deste espaço hão de lembrar que, não faz um ano, em abril de 2010, teci considerações sobre este tema, retomado hoje com informações que merecem ser compartilhadas com os limeirenses.

Na semana passada, a colega de Gazeta Daíza Lacerda, muito observadora, descobriu um precioso levantamento feito pelo jornal Zero Hora, que comparou preços do transporte coletivo nas 12 principais capitais do País.

O limeirense paga hoje a mesma tarifa cobrada no Rio de Janeiro, R$ 2,40. É mais cara do que em Brasília e Recife (R$ 2), Curitiba (R$ 2,20), Goiânia e Manaus (R$ 2,25).

A proposta apresentada pelas viações de Limeira é de R$ 2,98. Se aceita, só perderá para São Paulo (R$ 3). Será, ainda, superior a Florianópolis (R$ 2,95), Cuiabá e Salvador (R$ 2,50) e Belo Horizonte (R$ 2,45).

Chega a ser patético comparar a tarifa de Limeira a Fortaleza, capital do Ceará, cujos usuários pagam meros R$ 1,90. Tem mais: o preço que as viações querem em Limeira é maior do que o cobrado no metrô de São Paulo, que subiu ontem para R$ 2,90.

Discutir valores pagos por um serviço seria descartável se a atividade, de fato, fizesse isso por merecer. Não é o caso de Limeira.

É raro encontrar um usuário que esteja contente com o sistema atual, e as reportagens que este jornal estampa quase todos os dias em suas páginas são registros fiéis disso.

As mudanças prometidas mais aguardadas, como redução do tempo entre um ônibus e outro, terminal urbano, linhas radiais, ainda estão no papel, seja lá por culpa da Prefeitura ou das viações.

Fato é que, enquanto isso, usuários vivem nas ruas dramas diários.

Exemplo: semana passada, um leitor relatou-me que os dois ônibus que esperava não passaram no horário esperado. Veio um temporal e a cobertura, péssima, de nada serviu, por ser mal estruturada. Resultado: chegou ao trabalho atrasado e molhado, e pagou a tarifa que agora pode ter preço de metrô.

No mês passado, o setor automobilístico teve o melhor janeiro em vendas e produção. As frotas das cidades aumentam de forma assustadora.

Para não haver medidas drásticas, como rodízios, uma saída, todo mundo sabe, é o transporte público, mas este serviço hoje, em Limeira, é mais um incentivo para todos colocarem o carro na rua.

Será que daqui a um ano terei motivos para escrever do transporte coletivo de forma diferente?

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