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sábado, 8 de janeiro de 2011

O salto necessário

Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 3 de janeiro de 2011:

No primeiro artigo do ano passado, escrevi neste espaço que o grande desafio para o ano que se iniciava era o emprego, considerando que estávamos saindo de uma crise de dimensão mundial.

No primeiro de 2011, que também é o da nova década, arrisco-me a dizer que, para os anos 10 do século XXI, um desafio que terá de ser superado para acompanhar a questão da empregabilidade, não só em Limeira mas no País, é a qualidade da educação, especialmente no ensino superior.

Para o Brasil - incluindo Limeira - avançar, educação e emprego têm de estar em sintonia. Para exemplificar isso, nosso município é um exemplo precioso.

Converse com qualquer empresário limeirense e este lhe dirá que o maior problema local enfrentado é a escassez de mão de obra qualificada. Mas, como pode faltar trabalhador capacitado numa cidade que tem cinco instituições de ensino superior particulares (Isca, Einstein, Unip, Anhanguera e Faal), duas unidades de uma das melhores universidades do País (Unicamp), duas escolas técnicas de ensino profissionalizante (Cotil e Trajano), Senai e Senac e, mesmo assim, ainda busca uma faculdade de tecnologia (Fatec)?

A expansão de vagas universitárias em Limeira, ao que parece, não aconteceu em consonância com as reais necessidades do empresariado local.

Além disso, o crescimento da economia - tão cobrado por todos e que, fora a crise entre 2008 e 2009, vem se sustentando, mesmo timidamente - exige uma nova realidade também para educação. De um lado, que adianta o aluno ter oferta, cursar graduação e, ao término desta, não encontrar espaço para trabalhar e contribuir para a evolução de sua comunidade?

Do outro, até quando a cidade terá de 'importar' profissionais de fora para ocupar espaços que poderiam, em tese, ser ocupados por pessoas daqui, se estas tivessem tido oportunidades de se qualificarem no que realmente interessa às empresas locais?

Não bastam apenas parcerias entre escolas e empresas, embora isso seja louvável e, no momento atual, a saída mais viável. É preciso coerência e planejamento quando se fala em educação superior, e não apenas preocupação mercadológica.

Limeira, assim como todo o País, tem um estoque enorme de pessoas com capacidade para contribuir mais com a economia formal. O salto necessário virá quando as três pontas - escolas, poder público e empresas - apostarem em conjunto na educação como estratégia para o desenvolvimento. Não apenas para o progresso econômico, mas, sobretudo, humano.

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