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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Constrangimento injusto

A invasão na sede do Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom) na madrugada de terça-feira passada, a 3ª ocorrida neste ano, expôs mais uma vez a precariedade na infraestrutura da corporação responsável em zelar pelos prédios municipais.

Siddhartha Carneiro Leão é um dos poucos secretários que estão à frente de suas pastas desde o início do governo Sílvio Félix, em 2005.

Delegado com importantes trabalhos executados na Polícia Civil, ele foi chamado para comandar a Guarda Municipal, e sua gestão transformou a corporação numa força de segurança atuante, que dá ajuda substanciosa à Polícia Militar.

Quando soube pela repórter Renata Reis do novo arrombamento, o secretário tentou reagir, mas a fala de um subordinado foi captada pela jornalista. “Não tem de onde tirar guarda, doutor”.

Há um déficit semanal de 30 GMs por causa de exames de porte de arma, mas deixar uma autarquia municipal, que já fora assaltada duas vezes, descoberta na madrugada de um feriado, é inadmissível.

Não é de hoje que a GM é foco de críticas. Nos últimos 2 meses, reportagens deste jornal mostraram viaturas sucateadas, outras paradas em oficinas sem previsão de manutenção, algumas nas ruas com pneus “carecas”, peças de painel destruídas e assentos soltos.

Um guarda resumiu bem o que é e não é prioridade na Prefeitura: “Tem requerimento de R$ 200 que o prefeito barra para a GM, mas de R$ 2 mil que ele libera para outras secretarias”.

Não era para ser assim. Em 2007, a Prefeitura obteve do governo federal verbas para um programa de segurança municipal, focado na GM. Agora, a Polícia Federal quer saber se o dinheiro foi aplicado onde deveria ter sido, investigação que desgastará, mais uma vez, a corporação que deveria ser motivo de orgulho para Limeira.

Sem dinheiro? O orçamento para 2011 cresceu 37% e está quase na casa dos R$ 600 milhões, afora o fato de que Félix quer, ainda, obter empréstimos financeiros no exterior. Não é o caso.

Gestores e agentes dispostos a fazer um trabalho que dignifique a Guarda Municipal não são problemas.

O que falta é o alto escalão da Prefeitura dar, à Secretaria de Segurança Municipal, a prioridade que o órgão merece por ter conquistado, ao longo dos últimos anos, importância que o desautorize a passar por tantos constrangimentos injustos e evitáveis.

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