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segunda-feira, 8 de março de 2010

Aproximação urgente e necessária

Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 8 de março de 2010:

Duas reportagens publicadas pela Gazeta nos últimos 20 dias dão uma dimensão verídica do que a criminalidade em Limeira anda causando aos cidadãos contribuintes.

No Parque Nossa Senhora das Dores e no Jardim Anhangüera, a sensação predominante é de medo – neste último caso, há desejo por parte de moradores de terem armas próprias em suas casas para amenizar o sentimento de insegurança.

As ações criminosas, nos dois bairros, giram em torno dos entorpecentes – roubos e furtos se tornam rotineiros para possibilitar a aquisição de drogas.

A comercialização ilícita se dá ao ar livre, em frente às casas, e acaba gerando situação inadmissível: pessoas com medo de saírem de suas casas e que ficam com a impressão de viverem numa “prisão domiciliar”.

Ainda que as estatísticas oficiais apontem redução nas taxas de homicídio e aumento na quantidade de drogas apreendidas, os crimes de roubos e furtos estão se disseminando pelos bairros de Limeira, e o Parque Nossa Senhora das Dores e o Jardim Anhangüera se tornam somente dois exemplos disso.

Em 2009, os roubos em geral cresceram 28% em comparação ao ano anterior, e os furtos, 22%. São situações como essas que resultam nos latrocínios (roubos seguidos de morte), que diferem dos homicídios apenas na tipificação penal – na prática, se tratam da mesma coisa: assassinatos, pessoas de bem morrendo de forma violenta e banal.

Nos dois bairros citados, um fato, procedente ou não, é ponto comum para os moradores: o policiamento não é frequente.

Não adianta apenas a PM dizer que a população precisa colaborar denunciando às bases, via telefone, situações de anormalidade.

Óbvio que isso é importante e necessário, mas, na hora em que o cidadão se vê ameaçado sob uma faca ou uma arma de fogo, muitas vezes não há tempo e oportunidade para acionar auxílio policial. E avisar depois da ocorrência não tira, ainda, a sensação de medo e submissão vivenciada antes.

Para diminuir esses abismos entre a PM e a população, é preciso um trabalho conjunto de fortalecimento, incentivo e divulgação para o bom funcionamento dos conselhos de segurança de bairros (Consebs) em toda a cidade, que há algum tempo estão desativados – no ano passado, a base 4 da PM, que cuida da região do Jardim Vista Alegre, reativou o seu, mas, como se percebe com o caso do Jardim Anhangüera, há muito a ser feito para que haja algum resultado mínimo.

Cabe à PM reduzir essa distância com a população – sempre há aqueles que não se importam e dão com os ombros para essas iniciativas, mas o Estado precisa insistir nessa aproximação, cada vez mais urgente e necessária.

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