Artigo publicado na versão impressa da edição de 12 de março de 2012:
A criação da Aglomeração Urbana de Piracicaba, que deve começar a sair do papel nesta semana, vem num momento ruim para Limeira, cujo Poder Executivo fragilizou-se em função dos problemas políticos dos últimos trêses.
Mas, antes mesmo dessa fragilidade, a postura institucional adotada por Limeira nos últimos anos já indicava uma pespectiva antirregional desnecessária e desvantajosa, o que demandará de Zovico e, especialmente de seu sucessor a partir de 2013, um esforço para recuperar o tempo que a cidade perdeu.
Conforme a Gazeta mostrou, o novo agrupamento que o governo estadual criará na região terá, a princípio, três cidades polos: Piracicaba, Rio Claro e Limeira. É evidente que hoje, entre os três municípios, Limeira está em situação política inferior.
Há muito tempo, deputados estaduais das outras duas cidades vêm capitaneando junto ao Estado a aceleração do projeto.
Enquanto isso, Limeira, sem representatividade na Assembleia, sofre há tempos com a falta de interlocução no governo estadual.
E, apesar das parcerias recentes com Alckmin nos episódios Samsung e Fatec, os resquícios das brigas passadas (presídio, AME, Diretoria de Ensino) ainda parecem ditar um distancimento perceptível de relações.
Nos últimos anos, o Executivo de Limeira, por meio do Governo Félix, se distanciou das cidades vizinhas.
Trava um embate até pueril com Cordeirópolis, na troca de acusações que envolvem a mal administração da rodovia que liga as duas cidades e o despejo de esgoto no Ribeirão Tatu.
Ao resistir a enfrentar um dilema antigo, criou um impasse com Santa Bárbara D'Oeste e Iracemápolis quando jogou, para as duas cidades, os principais ônus do presídio, enquanto podia, ao lado dos vizinhos, reunir forças para reivindicar e convencer o Estado a alterar o modelo prisional para as reais necessidades da região.
Com a criação do aglomeração, questões como desenvolvimento, saneamento, meio ambiente e transporte, entre outros, passarão a ser visto pelo Estado no âmbito regional.
E Limeira já precisa ficar atenta numa questão. A implantação de um aeroporto que atenda a aglomeração será uma das pautas iniciais e, não esqueçamos, já foi cogitada, há alguns anos, a construção dessa obra nas proximidades de Rio Claro.
Enquanto mantiver relações fragilizadas com seus vizinhos, Limeira corre risco, por exemplo, de não ter ajuda para decolar seu aeroporto e ver verbas migrar para a implantação deste novo empreendimento, que certamente não seria por aqui.
Tudo o que Limeira não precisa é ter papel de coadjuvante nessa nova fase administrativa que a região viverá. Para evitar isso, será preciso encurtar distâncias. Pauta para Zovico e aos pré-candidatos.
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