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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O papel do líder

Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 1º de fevereiro de 2010:

Há três anos, uma divisão feita pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo me intrigou.

A pasta classificava os municípios em subáreas sempre capitaneadas por um município. Assim, em nossa região, havia a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Piracicaba, a de Rio Claro e a de Campinas. Iracemápolis era ligada à Piracicaba; Cordeirópolis, à de Rio Claro; e Engenheiro Coelho, à de Campinas.

E Limeira? Ficava num vácuo inexplicável. Não integrava agência alguma.

Passo agora a um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em 2008, que classificou Limeira com centro sub-regional.

Nesta condição, a cidade exerce influência direta sobre Iracemápolis, Cordeirópolis e Engenheiro Coelho. Levou-se em consideração na classificação para as chamadas "teias urbanas", entre outros itens, o grau de intensidade de relacionamento empresarial e deslocamentos para internações hospitalares.

Isto posto, acredito que Limeira não tem nada a ganhar com esse impasse diplomático instalado com Cordeirópolis a respeito das reivindicações de melhorias na rodovia que liga os municípios.

Com o seu porte habitacional e o tamanho da economia, cabe à Limeira o papel de liderar a região de forma natural, assim como Campinas puxa as 18 cidades que ficam em seu entorno, e a capital, idem, com os 38 municípios que a ajudam a formar a Grande São Paulo.

Porém, faz décadas que Limeira não assume esse papel na área de desenvolvimento, e isto explica porque os municípios vizinhos, que deveriam estar ligados à Limeira, hoje estão mais para os polos regionais do que para cá.

Causa estranheza ainda maior o prefeito Sílvio Félix ter pedido para Limeira integrar a Região Metropolitana de Campinas (RMC), quando deveria, primeiramente, atrair as cidades as quais o município influencia diretamente para projetos conjuntos.

Há diferenças políticas? Sim, mas isso não explica tamanha desunião - as 19 prefeituras da RMC estão representadas por partidos diversos. Há quanto tempo, caro leitor, não vemos numa mesma reunião os prefeitos de Limeira, Iracemápolis, Cordeirópolis e Engenheiro Coelho discutirem projetos conjuntamente?

Pensando regionalmente, quanto deixamos de obter recursos, estaduais e federais, que poderiam desatar nós que interessam à região, não somente a um município?

Passou da hora de Limeira reivindicar seu papel e liderar, de fato, sua região metropolitana. Mas, para tanto, precisa superar e, sobretudo, administrar divergências

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