Texto do jornalista publicado na coluna na versão impressa da edição de 7 de dezembro de 2009:
O silêncio, na semana passada, da voz inconfundível da TV que marcou presença durante décadas nos lares brasileiros, foi, talvez, a primeira vez que Lombardi, locutor dos programas do apresentador Sílvio Santos, tornou-se protagonista na mídia.
Os relatos feitos por colegas e pela mídia em geral mostraram que o locutor, que mantinha o rosto anônimo para milhões de brasileiros, era, no dia-a-dia, o oposto do modo como conquistou o reconhecimento. Amigo de Sílvio, Lombardi funcionava como consultor, indicando – e explicando as razões – sobre contratações.
Nos bastidores, era reconhecido e respeitado pelos colegas de TV. Dizem que Sílvio não começava o programa sem ter a certeza da presença de Lombardi atrás dos palcos, tamanha a confiança que depositava no trabalho do amigo.
E o locutor, sabiamente, fazia questão de manter o rosto escondido das câmeras para personalizar ainda mais o trabalho que desenvolvia.
Lombardi foi o exemplo de como se deve atuar um funcionário dentro da engrenagem de uma empresa.
Ele sabia que não era o protagonista, mas tinha ciência da importância de sua atuação no SBT – talvez, até, nem dimensionava o alcance de sua voz.
Com o passar do tempo, acumulou mais que a simples função de locutor, tendo a opinião respeitada por todos os colegas.
Ao contrário do que muitos fazem, Lombardi não quis o protagonismo baseado no "aparecer". Construiu sua sólida carreira e conquistou espaço anonimamente ao longo dos anos.
Soube traçar, de maneira discreta, um caminho no mundo nada fácil da TV, onde a competição é grande, e a vontade de protagonizar confunde-se, muitas vezes, em sobrepor-se ao outro.
Numa empresa, há necessidade constante da compreensão do funcionamento da engrenagem. O que importa, geralmente, é o produto final, e a disposição de cada um para, em seu posto, contribuir de modo eficaz e eficiente para a qualidade desse produto.
Quem entender esse mecanismo tem grandes chances de sobreviver e crescer em qualquer função, em qualquer segmento.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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